A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados marcou audiência pública para analisar o modelo de jornada 6×1, que prevê seis dias consecutivos de trabalho seguidos por um dia de folga. O debate foi solicitado em requerimento apresentado pelo deputado federal Carlos Motta (PL-SP), datado de 10 de outubro de 2025.
Motta, que preside a Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários), defende a redução da carga horária e argumenta que o sistema atual “pode resultar em jornadas intensas, desgaste físico e psicológico, além de reduzir as possibilidades de convívio familiar e social”.
Proposta de mudança constitucional
A discussão sobre o tema chegou ao Congresso pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do senador Paulo Paim (PT-RS). O texto sugere a diminuição gradual da jornada até o limite de 36 horas semanais e oito horas diárias. Hoje, a Constituição estabelece o teto de 44 horas por semana.
Participação de sindicalistas e setor comercial
Para a audiência, o deputado quer convocar representantes de sindicatos e do comércio, setor que, segundo ele, seria o mais impactado por eventuais mudanças nas regras de trabalho.
Pontos de vista de especialistas
Em evento realizado em 1.º de julho, em São Paulo, integrantes de centrais sindicais reconheceram que uma redução formal da jornada pode levar à intensificação das tarefas durante o expediente. Estudo do professor Ildeberto Muniz de Almeida, da Unesp, aponta que fatores como atividades pesadas, baixa autonomia, repetitividade, conflitos interpessoais e recompensas inadequadas também influenciam o bem-estar do trabalhador.
Economistas lembram ainda que, em países desenvolvidos que adotaram jornadas menores, a mudança ocorreu depois de ganhos de produtividade, e não como causa deles.
O cronograma da audiência pública ainda será definido pela Comissão de Trabalho.
Com informações de Gazeta do Povo







