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Oposição busca apoio do Centrão após base governista barrar convocações na CPMI do INSS

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Brasília — 16/10/2025 — A rejeição, nesta quinta-feira (16), do requerimento que pedia a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consolidou a virada da base governista na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Sem maioria, a oposição tenta agora atrair parlamentares do Centrão para retomar força no colegiado.

Troca de membros mudou correlação de forças

Instalada em agosto, a CPMI começou com derrotas para o Palácio do Planalto: o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) virou relator, ambos independentes ou críticos ao governo. Naquele período, oposicionistas aprovaram dezenas de quebras de sigilo fiscal via Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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Nas últimas semanas, porém, líderes governistas substituíram integrantes de seus partidos e passaram a deter a maioria dos votos. Segundo oposicionistas que pediram anonimato, alterações em bancadas de legendas como União Brasil, além de atuação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foram decisivas para a nova configuração.

Reação depende de pressão popular e negociações

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a blindagem a Frei Chico demonstra esforço do governo para proteger aliados. Ele citou ainda a negativa de prisão de Milton Cavalo Batista, presidente do Sindnapi, apontado por mentira à comissão.

Para o deputado Marcel van Hatten (Novo-RS), a mobilização social pode influenciar futuros votos: “A opinião pública já percebeu o impacto desse roubo nos aposentados”. Ele defendeu articulação com o Centrão, lembrando que União Brasil detém a relatoria e o Podemos, a presidência da CPMI.

Na mesma linha, o senador Izalci Lucas (PL-DF) sugeriu reeditar a aliança usada para eleger a mesa diretora. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse que novos pedidos de convocação podem ser reapresentados “quando a revolta da população crescer”.

Análise de especialistas

O cientista político Ismael Almeida avalia que o governo se beneficia de decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, limitaram a ação da CPMI. O professor Paulo Kramer acredita que a oposição, apesar da perda de fôlego, ainda pode reverter o cenário se reorganizar sua base. Para Elton Gomes, da Universidade Federal do Piauí, o resultado final dependerá do impacto político e midiático da investigação sobre Lula e parlamentares.

Ambiente pré-eleitoral intensifica embate

Com a campanha presidencial de 2026 já no horizonte, governo e oposição tratam a CPMI como palco estratégico. Enquanto oposicionistas tentam associar desvios no INSS a financiamento eleitoral irregular, o Planalto busca dissociar o escândalo dos aliados. Paralelamente, Executivo, Advocacia-Geral da União e Procuradoria-Geral da República defenderam no STF a legalidade dos descontos associativos nos benefícios, apontados pela comissão como brecha para fraudes.

Sem consenso à vista, a CPMI prossegue sob clima de disputa intensa, com novos requerimentos previstos para as próximas sessões.

Com informações de Gazeta do Povo

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