Home / Pelo Mundo / Adiamento de votação dos vetos ao licenciamento ambiental provoca reação de bancada produtiva

Adiamento de votação dos vetos ao licenciamento ambiental provoca reação de bancada produtiva

Publicidade
Spread the love

Brasília – Entidades empresariais e parlamentares ligados ao setor produtivo criticaram o cancelamento da sessão do Congresso Nacional que votaria, nesta quarta-feira (16), os 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei Geral do Licenciamento Ambiental, sancionada em agosto.

O adiamento foi solicitado pelo Palácio do Planalto, que teme a derrubada de dispositivos vetados. Entre os pontos contestados estão regras que simplificam procedimentos, ampliam a competência de estados e municípios para conceder licenças e definem parâmetros de porte e potencial poluidor.

Publicidade

Coalizão das Frentes Produtivas protesta

Em nota, a Coalizão das Frentes Produtivas — formada por 12 frentes parlamentares, como as da Agropecuária, do Livre Mercado, do Empreendedorismo e do Saneamento Básico — afirmou que a manobra frustra meses de articulação e posterga a criação de um marco legal que, segundo o grupo, traria segurança jurídica a obras e empreendimentos em todo o país.

A coalizão alerta que a lei entra em vigor em fevereiro de 2026. Sem a reinserção dos trechos vetados, estados e municípios ficariam “sem base legal clara” para conduzir processos de licenciamento, o que poderia paralisar obras e atividades consideradas essenciais.

Ibrades vê retrocesso jurídico

O Instituto Brasileiro de Direito e Sustentabilidade (Ibrades) também defendeu a derrubada dos vetos. Em comunicado assinado pelo presidente da entidade, o advogado ambiental Georges Humbert, o instituto classificou as alterações de Lula como “retrocesso jurídico e institucional”.

O Ibrades lembra que, há décadas, o licenciamento ambiental brasileiro é regido por resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), normas infralegais que não passaram pelo crivo do Legislativo. A nova lei, resultado de 20 anos de debates, seria a oportunidade de substituir esse modelo por um sistema “mais racional e técnico”, diz a nota.

Entre os dispositivos vetados estão a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) — já adotada na Bahia e no Ceará —, a dispensa de licenciamento para manutenção de infraestrutura existente e a definição de critérios objetivos de porte e impacto poluidor. Para o instituto, tais mecanismos não representam afrouxamento, mas modernização dos processos.

Parlamentares das áreas de agropecuária, indústria e energia afirmam que manter os vetos pode comprometer investimentos e gerar insegurança regulatória. Ainda não há nova data para a votação no Congresso.

Com informações de Gazeta do Povo

Publicidade

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *