Brasília – A Polícia Federal afastou do cargo o prefeito de Riacho de Santana (BA), João Vitor Laranjeira (PSD-BA), nesta quinta-feira (16). A medida foi cumprida durante a sétima fase da Operação Overclean, que investiga um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares.
De acordo com a PF, Laranjeira teria ligação política com o deputado federal Dal Barreto (União-BA), alvo da sexta etapa da mesma operação, realizada na última terça-feira (14).
Mandados e bloqueio de bens
Além do afastamento do prefeito, os agentes cumpriram seis mandados de busca, apreensão e sequestro de valores em quatro municípios: Salvador, Riacho de Santana e Wenceslau Guimarães, na Bahia, e Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.
Em Wenceslau Guimarães, a PF vasculhou a residência do prefeito Gabriel de Parisio (MDB). Em nota, ele afirmou que a visita teve caráter “exclusivamente documental” e que os recursos provenientes de emendas permanecem “integralmente em conta, sem movimentação, empenho ou execução”.
Suspeitas apuradas
Segundo a corporação, a organização criminosa é investigada por fraudes em licitações, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. A prefeitura de Riacho de Santana e João Vitor Laranjeira foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram até o fechamento deste texto.
Operações anteriores
Na quinta fase da Overclean, há três meses, foram bloqueados R$ 85,7 milhões em bens de pessoas físicas e jurídicas, e um servidor público foi afastado. Em junho, outra etapa atingiu políticos de PT, PSB e PDT na Bahia, incluindo prefeitos, ex-prefeitos e um assessor do deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA).
Imagem: Marcelo Camargo
As ações contra o desvio de emendas se intensificaram depois que o PSOL ingressou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF), o que provocou atrito entre o Judiciário e o Legislativo no ano passado.
Na terça-feira (14), o deputado Dal Barreto negou qualquer participação nas irregularidades ao ser abordado no aeroporto de Salvador. Ele entregou seu celular aos agentes e afirmou que “as provas vão aparecer no momento certo”.
As investigações seguem sob sigilo.
Com informações de Gazeta do Povo







