O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a soberania da Venezuela e de Cuba nesta quinta-feira, 16 de outubro de 2025, durante a abertura do 16º Congresso do PCdoB, em Brasília. Sem mencionar diretamente o norte-americano Donald Trump, Lula afirmou que “nenhum presidente de outro país tem que dar palpite” sobre temas internos das duas nações caribenhas.
A declaração ocorre um dia depois de Trump autorizar a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas em território venezuelano, medida que intensificou a tensão entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
Críticas à ação dos Estados Unidos
Mais cedo, o PT divulgou nota classificando a iniciativa norte-americana como “afronta à soberania da Venezuela” e “violação do Direito Internacional”. O tema também foi tratado em reunião, horas antes do discurso, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, dedicada a discutir o aumento de tarifas imposto por Washington após a recente aproximação diplomática entre Lula e Trump.
Defesa de Cuba
No mesmo pronunciamento, Lula defendeu Cuba, alvo frequente de críticas do governo norte-americano. “Cuba não é um país exportador de terroristas; é um exemplo de povo e dignidade”, afirmou.
Exaltação a líderes sul-americanos
Ao relembrar seus dois primeiros mandatos (2003-2010), Lula disse que aquele foi “o melhor momento político, ideológico e social da América do Sul”. Ele citou a parceria com líderes como Néstor e Cristina Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet e Ricardo Lagos (Chile), Tabaré Vázquez e José Mujica (Uruguai), Fernando Lugo (Paraguai), Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia).
Eleição de 2026 em pauta
Questionado sobre o pleito de 2026, o presidente declarou que “possivelmente” voltará a disputar o cargo, caso esteja com saúde. Segundo Lula, uma eventual candidatura terá como foco a apresentação de um projeto “que o povo compreenda”, indo além de programas já consolidados como Bolsa Família e Luz para Todos.
Imagem: Marcelo Camargo
Avaliação da esquerda e críticas a Bolsonaro
Lula observou que a vitória do PT na Presidência não se refletiu em maior representatividade da esquerda no Congresso e cobrou melhor comunicação nas redes sociais para conter o avanço da “extrema direita”. Ele também classificou Jair Bolsonaro (PL) como “figura politicamente grotesca”.
O pronunciamento ocorreu horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reabrir inquérito que investiga suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
Com informações de Gazeta do Povo
