O governo federal marcou para terça-feira, 7 de outubro, uma reunião com representantes da indústria de bebidas alcoólicas e entidades de combate à falsificação a fim de discutir medidas contra o aumento de intoxicações por metanol no país. A convocação ocorre em meio a 225 notificações em 12 estados e no Distrito Federal, das quais 16 já confirmadas. Até o momento, 15 mortes foram registradas — duas confirmadas em São Paulo e 13 em investigação nos estados de São Paulo (7), Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1) e Ceará (1). Os números se referem às notificações encaminhadas até 16h de domingo, 5.
Segundo o secretário nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira, o encontro pretende ouvir o setor produtivo, definir estratégias para conter a crise e evitar proibições locais indiscriminadas que prejudiquem o mercado formal. “É um momento difícil para o mercado legal, precisamos ver como conseguimos ajudar também”, afirmou.
Importação emergencial de antídotos
Para garantir atendimento aos pacientes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação excepcional de 2,6 mil frascos de fomepizole, antídoto contra intoxicação por metanol. A decisão baseia-se na Resolução de Diretoria Colegiada 203/2017, que permite a compra emergencial de produtos sem registro no Brasil em situações de vigilância sanitária.
No sábado, 4, o ministro Alexandre Padilha anunciou a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades adicionais de fomepizole, além das 4,3 mil já compradas anteriormente. Ambos os medicamentos podem ser aplicados imediatamente, sem necessidade de exames prévios.
As novas remessas de etanol farmacêutico reforçarão os estoques do Sistema Único de Saúde (SUS), distribuídos em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e hospitais universitários federais.
Imagem: OurWhisky Foundati
Fiscalização e ações estaduais
A Polícia Federal intensificou as investigações sobre a origem das bebidas adulteradas, que já ultrapassaram as fronteiras paulistas. No fim de semana, mais de 7 mil garrafas foram apreendidas em operações de fiscalização em São Paulo. Autoridades apontam um padrão de adulteração inédito e variado.
Entre as iniciativas estaduais, o governo do Rio Grande do Sul criou um comitê intersecretarial que reúne as áreas de saúde, segurança e agricultura para acompanhar suspeitas de contaminação e impedir a circulação de produtos irregulares.
Com informações de Gazeta do Povo







