Duas mulheres, mãe e filha, estão sendo investigadas por aplicar golpes espirituais no Tocantins, onde enganaram várias vítimas com promessas de “limpeza espiritual” e soluções para problemas como feitiços e questões amorosas. Segundo a polícia, os valores cobrados pelas suspeitas chegaram a ultrapassar os R$ 36 mil, com vítimas perdendo até suas casas. As duas mulheres, identificadas como Pamela Nicolete Estefano (37) e Maria Nicolete (63), estão foragidas e podem responder por estelionato.
Como Funcionavam os Golpes
As mulheres abordavam suas vítimas com promessas de realizar rituais espirituais de limpeza espiritual. Inicialmente, os valores solicitados eram baixos, mas com o avanço das consultas, os montantes começaram a crescer, levando as vítimas a comprometerem grandes quantias de dinheiro.
O modus operandi das suspeitas envolvia alegações de feitiços, que causariam sérios danos à saúde ou à vida das vítimas caso não fossem quebrados. Elas garantiam que os valores pagos seriam utilizados para rituais e depois devolvidos, mas, após o pagamento, as mulheres desapareciam.
Vítimas e Casos no Tocantins
Entre as vítimas no Tocantins, um casal de idosos procurou a polícia após ser convencido a vender sua casa e entregar R$ 12 mil para as suspeitas. Segundo o delegado responsável pelo caso, Gilmar da Silva Oliveira, as mulheres se aproximaram do casal em uma lotérica, quando estavam sacando a aposentadoria. Elas afirmaram que havia um feitiço contra a vida deles e que, caso não fosse quebrado, o casal poderia morrer.
O casal inicialmente pagou R$ 100 por uma consulta, mas os valores foram aumentando com o passar das sessões. As vítimas foram tão convencidas de que estavam sob ataque espiritual, que chegaram a pegar empréstimos com os benefícios da aposentadoria para pagar a quantia exigida pelas golpistas. Por fim, venderam a casa para entregar R$ 12 mil a elas.
Além do casal de idosos, outra vítima foi uma mulher de 49 anos que transferiu mais de R$ 36 mil após ser convencida de que sua vida amorosa estava sendo afetada por feitiços. Em 2023, outro caso foi registrado em Dianópolis, onde Pamela foi ouvida na delegacia, mas não chegou a ser presa.
Golpes Também Ocorreram em Outros Estados
Além dos golpes no Tocantins, as suspeitas têm histórico de crimes semelhantes em outros estados. Casos de estelionato foram registrados em Campo Grande (MS) em 2020 e em Vilhena (RR) em 2024. As mulheres usavam a promessa de “limpeza espiritual” para atrair vítimas, além de fazer promessas de prêmios na loteria para convencer as pessoas a entregarem grandes quantias de dinheiro.
Investigação e Movimentação das Suspeitas
A polícia descobriu que Maria se apresentava como Jacira do Codó durante os golpes. Juntas, elas distribuíam folhetos nas cidades e circulavam em lotéricas e bancos para encontrar novas vítimas. Elas chegaram a alugar uma casa em Araguatins, onde realizavam os “rituais” e convenciam as pessoas a entregar dinheiro. Os vizinhos informaram à polícia que a casa estava constantemente movimentada, o que levanta suspeitas de que haja mais vítimas.
As investigações apontam que as mulheres alugavam uma residência por cerca de 30 dias em cada cidade e, depois de aplicar o golpe, mudavam-se para outro estado, repetindo a ação em novas localidades. Essa estratégia dificultava a identificação e captura das suspeitas.
Procuradas pela Polícia
As duas mulheres estão foragidas, com mandados de prisão preventiva emitidos contra elas. A Polícia Civil de Araguatins divulgou as fotos de Pamela Nicolete Estefano e Maria Nicolete e pede para que qualquer informação sobre a localização delas seja repassada pelos contatos da delegacia, (63) 98118-9091 ou (63) 3474-2155. O sigilo das informações será garantido.
O objetivo da divulgação é evitar novos crimes e permitir que outras vítimas, tanto no Tocantins quanto em outros estados, procurem as autoridades.
Resumo dos Fatos
- Golpistas: Pamela Nicolete Estefano (37) e Maria Nicolete (63).
- Método: Promessas de “limpeza espiritual” e feitiços, com cobrança de valores elevados.
- Vítimas: Casos em Araguatins, Dianópolis, Campo Grande (MS) e Vilhena (RR).
- Total de perdas: Algumas vítimas perderam até suas casas, com valores superiores a R$ 36 mil.
- Ação da polícia: Mandados de prisão emitidos, mulheres foragidas.