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Família autoriza doação de órgãos de mulher vítima de feminicídio após 21 dias internada

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A doação de órgãos de Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, foi autorizada pela família após sua morte ser confirmada na tarde da última sexta-feira (11). Delvânia estava internada no Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o dia 23 de março, após ser brutalmente agredida em uma chácara na zona rural de Caseara, no Tocantins. O principal suspeito do crime é Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, ex-namorado da vítima, que foi indiciado por feminicídio.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou que, com a autorização familiar, equipes da Central Estadual de Transplantes iniciaram os exames necessários para viabilizar a captação de múltiplos órgãos. O procedimento conta com apoio técnico do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Crime registrado como feminicídio

Delvânia sofreu diversas agressões no dia 22 de março. Segundo a investigação, ela chegou a pedir socorro por meio de mensagens de áudio em um aplicativo, mas os registros teriam sido apagados posteriormente pelo suspeito. Gilman foi preso preventivamente no dia 3 de abril, após o caso ser inicialmente tratado como tentativa de feminicídio. Com o falecimento da vítima, a tipificação foi alterada para feminicídio consumado.

Durante o inquérito, pessoas próximas ao casal relataram à Polícia Civil que o relacionamento, iniciado no segundo semestre de 2024, era marcado por conflitos motivados por ciúmes. A violência física, segundo os depoimentos, era recorrente.

Investigação e prisão do suspeito

De acordo com a polícia, após agredir Delvânia, Gilman fugiu da chácara e teria sido abrigado por familiares em Palmas. Ele se apresentou voluntariamente à delegacia de Paraíso no dia 25 de março, acompanhado de um advogado. Em depoimento, alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que Delvânia iniciou o confronto com uma arma branca.

No entanto, diante da gravidade dos ferimentos da vítima e da apuração de novos elementos, a Justiça autorizou a prisão preventiva do investigado, executada no início de abril. A Polícia Civil segue com o andamento das investigações para esclarecer os detalhes do ocorrido.

Defesa manifesta pesar

Em nota oficial, a defesa de Gilman Rodrigues da Silva e seus familiares expressaram “profundo pesar pelo falecimento” de Delvânia Campelo da Silva. O advogado Marcos Candal afirmou que aguardará a conclusão das investigações e destacou o direito à ampla defesa garantido pela Constituição.

Velório ainda sem data confirmada

Com os procedimentos relacionados à doação de órgãos em andamento, a família de Delvânia ainda não divulgou data ou local para o velório e sepultamento. A expectativa é de que novas informações sejam comunicadas após a conclusão das etapas médicas e legais.

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