Dados preliminares do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 30.848 residentes do Tocantins com 10 anos ou mais realizavam atividades laborais em municípios diferentes de onde viviam. Outros 103 tocantinenses trabalhavam em outro país e 4.233 atuavam em mais de um município ou país. Já 608.245 exerciam suas funções no próprio município de residência e 106.926 trabalhavam dentro do próprio domicílio.
Deslocamento entre municípios
Bom Jesus do Tocantins apresentou a maior proporção de moradores que trabalham em outro município (34,5%), seguido por São Miguel do Tocantins (27,8%) e Santa Terezinha do Tocantins (20,5%). Na outra ponta, Abreulândia (0,84%) e Mateiros (0,21%) registraram os menores percentuais.
Tempo de trajeto
O Tocantins ficou em segundo lugar entre as unidades da federação com maior percentual de trabalhadores que levam até 15 minutos para chegar ao emprego: 55,2%, ligeiramente abaixo de Rondônia (55,8%). Outros 28,6% levam de 15 a 30 minutos, 11,1% gastam entre 30 minutos e 1 hora, 4,41% entre 1 e 2 horas e apenas 0,2% ultrapassam duas horas de deslocamento.
Principal meio de transporte
A motocicleta lidera os deslocamentos para o trabalho no estado, representando 34,8% dos casos. Na sequência aparecem automóveis (29%), deslocamentos a pé (14,6%), bicicleta (9,7%) e ônibus (4,4%). Entre os municípios, as motos são maioria em Tabocão (57,2%), Mateiros (56,7%) e Juarina (54,4%). O carro predomina em Palmas (43,9%), Gurupi (34,8%) e Lagoa da Confusão (34,4%). Já o deslocamento a pé tem maior peso em Bandeirantes do Tocantins (25,3%), Darcinópolis (16,6%) e Palmas (16,5%).
Estudantes em trânsito
O levantamento identificou 26.947 tocantinenses (6,8%) que estudavam em localidade distinta da de moradia. Chapada da Natividade (26%), Santa Rita do Tocantins (24,6%), Talismã (21,9%) e Crixás do Tocantins (21,8%) concentram as maiores proporções. Adultos entre 25 e 64 anos formam o maior grupo em deslocamento (9.662), seguidos por jovens de 18 a 24 anos (8.646), adolescentes de 11 a 17 anos (5.257), crianças de 0 a 10 anos (2.666) e idosos acima de 65 anos (716).
Quase metade dos deslocamentos estudantis envolvia cursos de graduação (12.522). Ensino fundamental (6.375) e médio (4.536) também tiveram participação expressiva. Especialização, mestrado ou doutorado somaram 2.317 estudantes, enquanto creche, pré-escola e Educação de Jovens e Adultos reuniram 1.197 matriculados.
Nível de ocupação e contribuição previdenciária
A taxa de ocupação no Tocantins ficou em 54,78% para pessoas de 14 anos ou mais, superando a média nacional (53,5%) e a da Região Norte (48,4%). Palmas (66,9%), São Félix do Tocantins (62,7%) e Marianópolis do Tocantins (62%) mostraram os maiores índices; Chapada da Natividade (30,6%), Ponte Alta do Bom Jesus (25,4%) e Recursolândia (19,6%) tiveram os menores.
Homens apresentaram nível de ocupação de 64,7%, enquanto mulheres registraram 44,9%. Quanto à cor ou raça, pessoas autodeclaradas amarelas lideraram (59,4%), seguidas por pretas (56,5%), brancas (56,1%), pardas (54,2%) e indígenas (33,2%). No estado, 61% dos ocupados contribuíam para algum regime de previdência, ante 39% que não realizavam contribuição.
Perfil dos vínculos de trabalho
Do total de ocupados, 72,4% eram empregados – terceiro maior percentual do país, atrás apenas do Distrito Federal (75,7%) e Mato Grosso do Sul (72,8%). Empregadores com pelo menos um funcionário representaram 3,3%, trabalhadores por conta própria sem empregados somaram 23,4% e auxiliares familiares, 0,9%.
Setores que mais empregam
O comércio e a reparação de veículos automotores e motocicletas respondiam por 16,8% das ocupações. Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura ficaram com 11,4%. O setor da construção atingiu 8,8% e a educação, 8%. Administração pública, defesa e seguridade social representou 7,8%; saúde, 6,2%; serviços domésticos, 5,3%; e transporte, armazenagem e correio, 4,7%.
Imagem: Atitude Tocantins
Rendimentos do trabalho
Quatro em cada dez trabalhadores (42,3%) recebiam até um salário mínimo. Outros 41,5% ganhavam entre um e três salários mínimos e 2,1% tinham rendimentos superiores a dez salários mínimos. Pessoas sem rendimento representaram 0,9%.
A remuneração média mensal dos ocupados no Tocantins foi de R$ 2.575. As atividades profissionais, científicas e técnicas registraram a maior média (R$ 5.074), seguidas por atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 4.961), atividades imobiliárias (R$ 4.505) e administração pública, defesa e seguridade social (R$ 4.440). Na outra extremidade, atividades administrativas e serviços complementares pagavam em média R$ 1.600, e o trabalho doméstico, R$ 910.
Homens receberam, em média, R$ 2.754, contra R$ 2.318 das mulheres. Quem possuía ensino superior completo ganhava R$ 4.998, mais que o triplo do rendimento de pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto (R$ 1.538).
Por cor ou raça, brancos tiveram a maior média salarial (R$ 3.526), seguidos por pessoas amarelas (R$ 3.489), pardos (R$ 2.337), pretos (R$ 2.092) e indígenas (R$ 1.636).
Rendimento domiciliar e desigualdade
O rendimento domiciliar per capita (RDPC) do Tocantins alcançou R$ 1.393, acima da média da Região Norte (R$ 1.075) e abaixo da nacional (R$ 1.638). Apenas Palmas (R$ 2.260) e Gurupi (R$ 1.665) superaram a média brasileira. Os menores RDPC foram encontrados em Buriti do Tocantins (R$ 665), Luzinópolis (R$ 658) e Carrasco Bonito (R$ 590).
Moradores autodeclarados amarelos registraram o maior RDPC (R$ 1.922), seguidos de brancos (R$ 1.920). O menor valor apareceu entre indígenas (R$ 520). O índice de Gini do estado foi de 0,511, inferior ao nacional, que fechou em 0,542.
Com informações de atitudeto.com.br







