Brasília — 6.dez.2025 – O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu candidato à Presidência da República em 2026. A declaração, feita na madrugada desta sexta-feira (6), abriu uma disputa interna na direita, empurrou outros pré-candidatos a se posicionarem e provocou reação negativa no mercado financeiro, com o dólar em alta logo após o anúncio.
Apoios e resistências
Flávio Bolsonaro classificou a escolha como “missão de continuidade” e recebeu apoio público de Michelle Bolsonaro. No Congresso, contudo, lideranças do Centrão demonstraram resistência. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que respeita a decisão de Jair Bolsonaro, mas manteve sua pré-candidatura.
Para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), somente os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ou Ratinho Jr. (PSD-PR) teriam hoje capacidade de unificar a direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) reagiu com ironia, enquanto dirigentes do PT avaliaram a indicação como previsível.
Tensão entre Poderes
No Legislativo, um relator da Câmara endossou pedido do ministro do STF Gilmar Mendes e apresentou texto que dificulta a abertura de processos de impeachment contra presidentes da República. Paralelamente, o Supremo articula medidas para tornar mais complexa a destituição de seus ministros. A Câmara também aprovou projeto que limita decisões monocráticas da Corte e enviou a proposta ao Senado. Ciro Nogueira chamou o movimento de Gilmar de “excesso”.
Avanço de julgamentos de repercussão
O ministro Alexandre de Moraes solicitou data para o julgamento dos réus do caso Marielle Franco. O ministro da Justiça, Flávio Dino, agendou a sessão para fevereiro de 2026. Moraes também autorizou a presença do ex-assessor Filipe Martins em seu julgamento e liberou visitas de Michelle e Flávio Bolsonaro ao pai, Jair Bolsonaro.
Imagem: Antio o
Estrategia do governo Lula para 2026
De olho na disputa presidencial, o PT lançou uma “ofensiva democrática” para impulsionar a candidatura de Lula à reeleição. Entre as prioridades do Planalto está a aprovação da regulamentação do trabalho por aplicativo antes do pleito. Na política externa, Lula ajustou o discurso sobre segurança após medidas do ex-presidente dos EUA Donald Trump, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Washington deve propor parceria para combater o crime organizado na região.
Com a sucessão presidencial antecipada, analistas apontam que a postura de Jair Bolsonaro pode redefinir alianças à direita e influenciar as pautas econômicas e institucionais em debate no Congresso e no Supremo.
Com informações de Gazeta do Povo







