O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou na noite de sábado, 22 de novembro de 2025, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter tentado retirar a tornozeleira eletrônica por indignação e não para fugir. A declaração foi dada durante uma vigília de apoiadores em Brasília, horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo.
“Acho que foi um momento de explosão, de revolta dele, de indignação”, disse o senador a jornalistas. Flávio afirmou não ter conversado com o pai antes de falar com a imprensa e relatou ter visto o vídeo da tentativa de violação apenas pela mídia.
Constrangimento diante da família
O parlamentar sugeriu que Jair Bolsonaro se sentiu humilhado ao usar o dispositivo na presença de familiares. “Imagino que ele possa ter ficado envergonhado, se sentindo humilhado, porque, de fato, nunca precisou de uma tornozeleira para impedir a fuga dele”, declarou.
Flávio também criticou o que classificou como “aparato gigante” de monitoramento em torno do ex-presidente. Segundo ele, câmeras funcionavam 24 horas por dia dentro e fora da residência, em fiscalização mais rígida do que a aplicada a “bandidos mais perigosos”.
“Sem lógica” de fuga
Para o senador, não há indícios de que o pai pretendesse sair do país. Ele lembrou que qualquer manipulação dispararia imediatamente o alerta policial. “Ele sabia que, fazendo aquilo, ia acionar o dispositivo em algum lugar que alertava”, comentou. Flávio disse ter sido informado de que agentes chegaram em menos de 40 minutos, trocaram a tornozeleira e, em seguida, Jair Bolsonaro foi dormir. “Quem quer fugir faz isso e depois volta para a cama?”, questionou.
O congressista ainda afirmou que o episódio da tornozeleira não fundamenta, a seu ver, a decisão de Moraes. “Está muito claro para a gente que ele [Moraes] já queria fazer. Então, só antecipou”, afirmou, referindo-se à ordem de prisão.
Imagem: Bruno Peres
Prisão preventiva e audiência de custódia
Jair Bolsonaro foi detido na manhã de sábado (22) sob argumento de risco de fuga durante a vigília e pela tentativa de manipular a tornozeleira. No despacho, Moraes indicou que o ex-presidente poderia buscar abrigo na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 13 quilômetros do condomínio onde mora em Brasília.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão por supostamente liderar um plano para permanecer no poder após as eleições de 2022, Bolsonaro passará por audiência de custódia às 12h deste domingo (23) na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. A prisão preventiva, contudo, não inclui o início do cumprimento da pena pelo alegado golpe de Estado.
Com informações de Gazeta do Povo







