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Sucesso do 10º voo da Starship reacende debate sobre riscos de colonizar Marte neste momento

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O pouso controlado da Starship no mar, realizado nesta semana durante o 10º voo de teste da SpaceX, voltou a colocar em evidência os planos de levar seres humanos para Marte. Embora o feito tenha sido comemorado pela companhia de Elon Musk, cientistas e engenheiros recordam que transformar o Planeta Vermelho em um local habitável continua repleto de obstáculos técnicos, logísticos e biológicos.

Ambiente extremo

A superfície marciana registra temperaturas que podem chegar a –120 °C, recebe elevada dose de radiação cósmica e é varrida por tempestades de poeira que, por vezes, cobrem todo o planeta. A pressão atmosférica é menos de 1% da terrestre e a composição do ar contém dióxido de carbono em níveis letais para humanos. Para permanecer ali, seriam necessários habitats selados, blindagem contra radiação e sistemas de suporte à vida operando 24 horas por dia.

Produção de alimentos

Pesquisas indicam que estufas poderiam produzir vegetais, mas especialistas apontam que a dieta humana exige mais do que batatas e folhas verdes. Proteínas, vitaminas e minerais dependeriam de tecnologia agrícola avançada ou de suprimentos vindos da Terra, o que elevaria custos a patamares considerados hoje inviáveis.

Demanda energética

Manter estufas, aquecimento e pressurização exigiria grandes quantidades de eletricidade. Sem petróleo, carvão ou hidrelétricas, restariam painéis solares pouco eficientes na atmosfera rarefeita ou a opção de transportar reatores nucleares. A NASA estuda o projeto Kilopower para pequenos geradores de fissão, mas o sistema ainda não está pronto para uso em larga escala.

Logística onerosa

Enviar carga a Marte continua caro. Para colocar um objeto de 1.300 kg – como o Tesla Roadster lançado por Musk – foi necessário um foguete de 1.420 toneladas de massa total, grande parte composta por combustível. Projeções citadas por analistas estimam que o frete de um simples combo de hambúrguer, batata frita e refrigerante poderia ultrapassar R$ 200 mil.

Riscos da viagem e efeitos na saúde

Durante os meses de trânsito interplanetário, a tripulação fica exposta à radiação solar e à microgravidade, fatores que provocam atrofia muscular, perda de densidade óssea e problemas de visão. Em solo marciano, o isolamento prolongado e os espaços confinados também aumentariam a pressão psicológica sobre os colonos.

Soluções em estudo

Entre as propostas em desenvolvimento estão habitats construídos por robôs com regolito local, estações de combustível na Lua para reduzir o peso das naves na decolagem da Terra e projetos de agricultura fechada que incluiriam até larvas de peixe para iniciar cadeias alimentares. Já ideias de terraformação, como detonar armas nucleares para liberar gases das calotas polares, esbarram na ausência de campo magnético marciano, que permitiria a dispersão rápida da atmosfera recém-criada.

Colonização segue como plano de longo prazo

Pesquisadores reforçam que visitar Marte nas próximas décadas já representará um desafio considerável. Tornar o planeta um local habitado em caráter permanente exigirá avanços substanciais em tecnologia, medicina e geração de energia, além de verbas compatíveis com a magnitude do projeto.

Com informações de Olhar Digital

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