Um estudo publicado na Revista de Saúde Pública mapeou o consumo de alimentos ultraprocessados nos 5.570 municípios brasileiros e concluiu que esses produtos respondem, em média, por 20,2% das calorias ingeridas no país.
Diferenças regionais
A pesquisa identificou forte contraste entre as regiões. Em Aroeira do Itaim, no Piauí, a participação dos ultraprocessados chega a apenas 6% da dieta local. Já em Florianópolis, Santa Catarina, o índice ultrapassa 30%.
Os percentuais mais elevados concentram-se no Distrito Federal e nos estados das regiões Sul e Sudeste (com exceção do Espírito Santo). Por outro lado, Norte e Nordeste — exceto a Bahia — registram as menores proporções.
Perfil de consumo
Segundo os autores, a ingestão de ultraprocessados tende a ser menor em áreas rurais. O levantamento também mostra que:
- mulheres consomem mais do que homens;
- o consumo diminui conforme a idade avança;
- quanto maior a escolaridade e a renda, maior a presença desses produtos na dieta.
Recomendações
Os pesquisadores propõem que os dados sirvam de base para políticas públicas que estimulem a alimentação saudável. Entre as sugestões está a criação de leis que proíbam a venda de ultraprocessados em cantinas escolares — medida já adotada em Niterói e no Rio de Janeiro.

Imagem: Niloo
Observações sobre a dieta
A pesquisa destaca ainda que famílias de baixa renda e residentes na zona rural consomem mais alimentos in natura ou minimamente processados, mas enfrentam baixa oferta de frutas, legumes e verduras. Dessa forma, a menor participação de ultraprocessados não significa, necessariamente, uma dieta equilibrada.
“O trabalho traz estimativas município a município sobre a presença desses produtos na alimentação, mas ainda precisamos de dados mais detalhados por gênero, faixa de renda e etnia”, afirmou a coautora Maria Laura Louzada.
Com informações de Olhar Digital