O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (1º) que determinou a movimentação de dois submarinos nucleares para uma área não revelada, em resposta a declarações do ex-presidente russo Dmitry Medvedev sobre o sistema de retaliação nuclear russo conhecido como Mão Morta (Perimetr).
Em entrevista à emissora norte-americana Newsmax, Trump disse que a medida serve como precaução diante da ameaça feita por Medvedev. “Enviei dois submarinos nucleares para a região. Só quero garantir que as palavras dele sejam apenas palavras”, declarou. O norte-americano acrescentou que Medvedev “tem uma boca solta” e “precisa ter cuidado com o que diz”.
Escalada verbal
O confronto verbal intensificou-se ao longo da semana. Na segunda-feira (28), Trump deu prazo de dez dias para que Moscou aceitasse um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, sob pena de novas sanções econômicas. No mesmo dia, Medvedev classificou a exigência como “jogo de ultimatos” e alertou que tal postura aproximava os dois países de um conflito.
Dois dias depois, o líder norte-americano voltou a atacar o ex-presidente russo, chamando-o de “fracassado”. Horas mais tarde, Medvedev respondeu em seu canal no Telegram e citou o Mão Morta, sistema que, segundo ele, garantia uma resposta devastadora a qualquer ofensiva ocidental.
Como funciona o Mão Morta
Desenvolvido pela União Soviética nos anos 1970 e ativado em 1986, o Perimetr foi criado para assegurar o lançamento automático de mísseis nucleares caso explosões inimigas eliminassem a alta cúpula de comando. Sensores instalados em centros de controle detectam detonações nucleares; se não houver confirmação humana de que o ataque será revidado, o próprio sistema autoriza o disparo.
Relatórios de inteligência dos Estados Unidos indicam que o mecanismo permanece operacional e passou por modernizações. A capacidade de agir sem intervenção humana rendeu o apelido de “arma apocalíptica” e é frequentemente lembrada em análises sobre o arsenal estratégico russo desde que sua existência foi divulgada pelo jornal The New York Times em 1993.
No momento, não há detalhes oficiais sobre a área exata para onde os submarinos norte-americanos foram enviados nem sobre eventuais contatos diplomáticos posteriores entre Washington e Moscou.
Com informações de Portal Gurupi