O derecho é um tipo de tempestade capaz de produzir ventos em linha reta com intensidade semelhante à de furacões e tornados. Embora seja mais frequente na América do Norte, pesquisas já registraram a ocorrência do fenômeno no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul.
O que é o derecho
Classificado como uma tempestade extensa e duradoura, o derecho está associado a sistemas convectivos de mesoescala. Seu nome vem do espanhol e significa “direto”, referência ao padrão linear dos ventos, que contrasta com o movimento giratório dos tornados.
Características principais
• Rajadas podem superar 140 km/h, chegando a 160 km/h (45 m/s) e, em casos extremos, ultrapassar 200 km/h (60 m/s).
• Costuma gerar downbursts – colunas de ar descendente muito fortes – e pode abrigar tornados isolados.
• A tempestade pode manter-se ativa por muitas horas e, raramente, por mais de um dia, percorrendo centenas de quilômetros.
Como se forma
O derecho nasce, em geral, a partir de linhas de instabilidade alinhadas que, no radar meteorológico, aparecem como bow echoes (ecos em arco). Para que o sistema se organize, a atmosfera precisa reunir:
• Alta umidade próxima da superfície;
• Transporte de ar quente;
• Instabilidade moderada ou forte;
• Vento divergente nas camadas superiores da troposfera;
• Cisalhamento vertical significativo.
Quando ocorre
No Hemisfério Norte, os episódios concentram-se entre junho e agosto. No Hemisfério Sul, são mais comuns entre março e maio, mas podem acontecer em qualquer estação, de dia ou de noite, desde que as condições sejam favoráveis.
Imagem: Revista Arco UFSM
Registros no Brasil
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria documentaram dois eventos no Rio Grande do Sul: um em 29 de maio de 2013 e outro entre 18 e 19 de outubro de 2014. Esses estudos confirmaram que o país também está sujeito a tempestades desse tipo.
Apesar de raro, o derecho representa risco significativo para infraestrutura, energia elétrica e áreas urbanas, devido à combinação de ventos extremos e grande alcance geográfico.
Com informações de Olhar Digital








