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Temor de desaceleração econômica pressiona governo Lula às vésperas de 2026

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Brasília – 30/11/2025 – A aproximação do ano eleitoral de 2026 ocorre em meio ao avanço da desaprovação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à disseminação de indicadores que apontam risco de estagnação econômica.

Indicadores em queda

Em 17 de novembro, o Banco Central divulgou recuo de 0,9% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do terceiro trimestre, considerado prévia do Produto Interno Bruto (PIB). A retração é atribuída, pela equipe econômica, à taxa básica de juros (Selic) de 15% ao ano, o maior nível desde 2006.

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Ao mesmo tempo, o endividamento das famílias alcançou recorde em outubro, com 80% dos lares brasileiros possuindo algum tipo de dívida, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). A inadimplência também bateu recorde: 30,5% das famílias têm contas em atraso e 13,2% afirmam não ter condições de pagamento.

O mercado de trabalho mostra desaceleração. Dados do Ministério do Trabalho publicados em 27 de novembro revelam a criação de 85,1 mil vagas formais em outubro, queda de 35% ante igual mês de 2024, quando foram abertos 131,6 mil postos com carteira assinada. É o pior resultado para outubro desde 2020.

Na indústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que o índice de expectativa de demanda recuou de 52,5 para 51,3 pontos em novembro, o mais baixo para o mês desde 2016. O índice de emprego no setor caiu para 49,1 pontos e o de exportações para 48.

Efeitos políticos

A piora nos indicadores ocorre após uma sequência de eventos negativos para o Planalto, iniciada com a megaoperação da Polícia Federal contra o crime organizado no Rio de Janeiro em 28 de outubro. A ação reaqueceu o debate sobre segurança pública e impulsionou a oposição.

Em 21 de novembro, a Operação Sem Desconto prendeu o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e outros suspeitos de fraudes bilionárias, fortalecendo a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, comandada por opositores.

Problemas na organização da Conferência do Clima (COP 30) em Belém também geraram desgaste. Um pavilhão pegou fogo em 20 de novembro, e os gastos federais com o evento somam ao menos R$ 787,2 milhões.

Popularidade em queda

Três institutos nacionais registraram recuo ou estagnação na aprovação presidencial. Levantamento Genial/Quaest, realizado de 6 a 9 de novembro com 2.004 entrevistados, mostra desaprovação de 50% e aprovação de 47%, primeira queda desde maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

O Paraná Pesquisas ouviu 2.020 eleitores entre 6 e 10 de novembro e aponta 50,9% de desaprovação e 45,9% de aprovação, contra 49,2% e 47,9%, respectivamente, em outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos.

Perspectivas

Analistas ouvidos pela reportagem observam que o Planalto enfrenta dificuldade para conter a insatisfação diante dos sinais de desaquecimento, juros elevados e endividamento recorde. Há ainda especulação sobre a eventual saída do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em abril para disputar as eleições de 2026, o que aumenta a incerteza.

Conforme o diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Arruda, o governo precisará apresentar “entregas concretas” para recuperar a confiança do eleitor moderado, enquanto a pauta de segurança pública reforça o campo conservador liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Com informações de Gazeta do Povo

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