A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta sexta-feira (8), em Rondônia, que a China segue como principal parceira comercial do Brasil e que essa posição não deve mudar no curto prazo. Segundo a ministra, as exportações de commodities agrícolas e minerais ao mercado chinês são determinantes para o equilíbrio da balança comercial brasileira.
Apesar do peso do país asiático no comércio exterior, Tebet ressaltou que o governo busca ampliar o intercâmbio com os Estados Unidos sem abrir mão de relações já consolidadas. “Queremos ampliar o comércio com os americanos, mas não podemos abrir mão daquilo que sustenta grande parte da nossa balança comercial”, declarou.
Durante encontros com autoridades locais e empresários em Porto Velho, a ministra defendeu uma política externa pragmática, voltada a interesses econômicos. Na agenda, foram discutidos projetos de infraestrutura e transição energética, setores que, segundo Tebet, podem receber capital estrangeiro de diferentes origens.
Estados Unidos lideram investimento direto
Mesmo com a ênfase nos laços comerciais com Pequim, os Estados Unidos permanecem como o maior investidor estrangeiro direto no Brasil. Levantamento da Amcham Brasil aponta que empresas norte-americanas detêm cerca de 34% do estoque de investimento estrangeiro direto no país, o equivalente a mais de US$ 357 bilhões. Os recursos concentram-se em tecnologia, fabricação de veículos, energia e infraestrutura, setores que geram empregos qualificados e fortalecem cadeias produtivas.
Dados do Banco Central mostram que, nos 12 meses encerrados em maio, o fluxo de investimento direto no país somou US$ 70,5 bilhões, valor correspondente a 3,31% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período de 2024, o indicador estava em 2,69% do PIB.

Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom via gazetadopovo.com.br
Para Tebet, é possível aprofundar a cooperação com Washington sem comprometer a parceria comercial com Pequim. “Nossa política externa precisa estar alinhada aos interesses econômicos do país”, reforçou.
Com informações de Gazeta do Povo