Brasília, 8 de agosto de 2025 – O senador Romário (PL-RJ) negou nesta sexta-feira (8) qualquer rompimento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que não se sente obrigado a aderir ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A iniciativa da oposição já reúne 41 assinaturas, número suficiente para protocolar o requerimento, mas ainda precisa do apoio de 54 senadores em plenário para afastar o magistrado. Na contagem divulgada pelo site votossenadores.com.br, criado em 2024 por críticos de Moraes, Romário aparece entre os 21 parlamentares indefinidos. Outros 19 declararam voto contra.
Críticas nas redes sociais
Nos últimos dias, o ex-atacante da Seleção passou a ser cobrado publicamente. O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) classificou como “covarde” a postura de congressistas eleitos com apoio do pai que não apoiam o afastamento de Moraes. Em publicações na rede X, o filho do ex-presidente citou Romário diretamente: “Vai continuar vivendo do gol de 94 ou vai mostrar que também sabe jogar pelo povo?”
O pastor Silas Malafaia também divulgou vídeo criticando Romário e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ambos listados como indecisos. Segundo o religioso, o ex-jogador, antes conhecido pela postura combativa, estaria agora “calado e escondido”.
Nota do senador
Em comunicado, Romário disse que as pressões não o intimidam e rejeitou boatos de que teria apagado fotos com Bolsonaro. Segundo ele, os registros da campanha de 2022 foram publicados apenas nos stories do Instagram, não no feed. “Não tem como apagar o que nunca foi postado”, argumentou.
“Não devo nada a ninguém. Continuo trabalhando pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil em áreas como esporte, saúde, inclusão e defesa das pessoas com deficiência”, escreveu. O parlamentar acrescentou que prefere “falar olhando no olho” em vez de promover “intriga” nas redes sociais. “Quem inventa mentira para ganhar clique ou seguidor só atrapalha o país e não me intimida”, concluiu.

Imagem: Edilson Rodrigues via gazetadopovo.com.br
Próximos passos
Cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidir se o pedido de impeachment será ou não colocado em votação. A ofensiva ganhou força após Moraes determinar, na segunda-feira (4), a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, investigado por suposta tentativa de golpe de Estado e pelos atos de 8 de janeiro.
Até o momento, não há data para que Alcolumbre se manifeste sobre a abertura do processo.
Com informações de Gazeta do Povo