A idade que aparece no RG nem sempre corresponde ao verdadeiro estado do organismo. Estudos citados pelo portal LiveScience mostram que a chamada “idade biológica” pode variar para mais ou para menos em relação à idade cronológica, dependendo de como órgãos, células e sistemas funcionam ao longo do tempo.
Para estimar essa diferença, cientistas trabalham com os chamados relógios de envelhecimento – exames que cruzam milhares de biomarcadores com modelos de aprendizado de máquina. Esses testes utilizam dados como níveis de proteína C reativa, contagem de glóbulos brancos e outras substâncias encontradas no sangue, material considerado ideal por circular por todo o corpo e refletir sinais precoces de doenças.
Como os relógios funcionam
Os algoritmos são treinados a partir de grandes bancos de dados que incluem idade cronológica, condições de saúde e resultados de exames. Ao reconhecer padrões, o sistema calcula a idade biológica e indica vulnerabilidades a doenças relacionadas ao envelhecimento, explica Eric Sun, professor assistente de engenharia biomédica do MIT.
Aplicações e limites
Na prática, a tecnologia pode ajudar a prever risco de enfermidades e a monitorar tratamentos. Segundo Dan Henderson, médico do Hospital Brigham and Women’s e professor da Faculdade de Medicina de Harvard, o relógio precisa não só antecipar a chance de doença, mas também registrar redução da idade biológica quando uma terapia é eficaz.
Apesar do potencial, os especialistas reconhecem que a área ainda está em fase inicial. “Há muito ruído nos dados e risco de conclusões equivocadas sobre o que de fato impulsiona o envelhecimento”, afirma Henderson. Por isso, os testes permanecem restritos a ambientes de pesquisa e não fazem parte da rotina clínica.

Imagem: Yaraslau Mikheyeu
Até que existam evidências mais sólidas, médicos recomendam acompanhar indicadores tradicionais de saúde—como pressão arterial, níveis de glicose e colesterol—enquanto a ciência aperfeiçoa as ferramentas que pretendem traduzir a idade do corpo com maior precisão.
Com informações de Olhar Digital