O esvaziamento repentino da linha d’água antes da chegada de grandes ondas não é ilusão de ótica. O fenômeno, observado ocasionalmente em praias ao redor do mundo, indica que um tsunami pode estar prestes a atingir a costa, segundo oceanógrafos e serviços de defesa civil.
O que é um tsunami
Tsunami é o nome dado a uma série de ondas de grande extensão geradas pelo deslocamento abrupto do fundo do mar. Terremotos submarinos são a causa mais comum, mas erupções vulcânicas e grandes deslizamentos também podem desencadear o evento. Em alto-mar, a altura das ondas costuma ser pequena e passa despercebida por embarcações, embora sua energia se mantenha elevada e percorram milhares de quilômetros.
Por que a água some da praia
Quando a sequência de ondas avança rumo ao litoral, a profundidade decresce e a energia é comprimida em menor espaço, fazendo a onda crescer rapidamente. Em alguns episódios, o primeiro trecho a chegar à orla é o vale — a parte baixa da onda — que suga a água da praia e expõe o leito marinho por alguns minutos. Esse recuo brusco antecede a crista, formada por uma parede d’água que avança logo depois.
Sinal claro de perigo
Em regiões acostumadas a tremores, como Japão e Indonésia, moradores são treinados para reconhecer o recuo do mar como aviso inequívoco de risco. A tragédia de 2004 no Oceano Índico ilustrou a importância desse conhecimento: na Tailândia, a britânica Tilly Smith, então com 10 anos, identificou o sinal e ajudou a retirar dezenas de pessoas da praia instantes antes da onda atingir a costa.
Nem todo recuo indica tsunami
Marés extremas, ventos intensos e variações de pressão atmosférica também podem modificar rapidamente o nível da água. A diferença está na velocidade da queda e no contexto: se ocorrer logo após um tremor, a possibilidade de tsunami aumenta consideravelmente.
O que fazer ao perceber o recuo
Autoridades recomendam deixar a faixa de areia imediatamente e buscar terreno elevado sem aguardar confirmação oficial. Minutos podem salvar vidas, principalmente em locais sem sirenes ou cobertura de sensores.
Monitoramento tecnológico
Redes de boias, sensores de pressão no fundo do mar e satélites compõem os sistemas globais de detecção de tsunamis. Esses recursos emitem alertas automáticos em poucos minutos, mas ainda há áreas remotas sem cobertura total. Por isso, reconhecer sinais naturais continua essencial para reduzir vítimas e danos.
Mesmo raro, o recuo repentino do mar permanece um dos indicadores mais confiáveis de que uma onda destrutiva pode estar a caminho. Saber identificá-lo e reagir rapidamente faz a diferença entre segurança e risco extremo.
Com informações de Olhar Digital