O Diário Oficial do Ministério Público do Tocantins (MPTO) trouxe, na sexta-feira, 1º de agosto de 2025, a nomeação do promotor de justiça Rhander Lima Teixeira, 36 anos. Natural de Augustinópolis, o magistrado volta ao estado após passar pelo Ministério Público do Acre e, mais recentemente, pelo Ministério Público do Pará.
Rhander faz parte de um trio de irmãos que construiu carreira no serviço público nacional. Dioghenys Lima Teixeira, 34, é procurador do Distrito Federal e já atuou como procurador municipal em Campo Grande (MS) e como procurador do Estado de Mato Grosso do Sul. O caçula, Helder Lima Teixeira, 33, exerce a função de promotor de justiça no Tocantins, tendo servido anteriormente como defensor público no Pará.
Origem humilde e ensino público
Filhos de Izabel Lima Teixeira e José Alves Teixeira, os três nasceram e cresceram em Augustinópolis, município do Bico do Papagaio com pouco mais de 18 mil habitantes. Toda a formação básica foi na rede pública: ensino fundamental na Escola Estadual Augustinópolis e ensino médio no Colégio Manoel Vicente de Souza. Em seguida, cursaram Direito no campus local da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
Desafio religioso durante a graduação
Adventistas do sétimo dia, os irmãos guardam o sábado como dia sagrado e se abstêm de atividades seculares a partir do pôr do sol de sexta-feira. Como o curso de Direito era noturno, com aulas que se estendiam até a manhã de sábado, os três solicitaram abono de faltas por motivo de consciência religiosa. O pedido foi negado.
Diante da recusa, passaram a negociar diretamente com docentes. Na primeira abordagem, uma professora reagiu de forma ríspida e chegou a dizer que a área jurídica não era adequada para eles. Depois, outro professor aceitou compensar as ausências com atividades extras.
Aproveitamento extraordinário acelera formatura
Enquanto buscavam alternativas, Rhander identificou no regimento interno da Unitins a figura do “aproveitamento extraordinário”, permitido a estudantes que alcançassem 80 % da carga horária, não tivessem reprovações e mantivessem média superior a 90 pontos. Com aulas de verão e estudos intensivos, os irmãos preencheram os requisitos em oito semestres.
No início do décimo período, realizaram as provas finais e conseguiram o diploma em quatro anos e meio, antes dos colegas de turma — um feito inédito na instituição.
Carreiras consolidadas
Após a formatura, Dioghenys ingressou em procuradorias municipais e estaduais até assumir o cargo atual no Distrito Federal. Helder iniciou a carreira na Defensoria Pública do Pará antes de se tornar promotor de justiça no Tocantins. Já Rhander acumulou experiência nos Ministérios Públicos do Acre e do Pará e agora retorna ao estado natal para atuar no MPTO.
“Augustinópolis nos deu base, valores e força para enfrentar tudo o que veio depois”, resumiu Rhander, relembrando as dificuldades e a união familiar que marcaram o percurso acadêmico e profissional dos três irmãos.
Com a posse de Rhander no Ministério Público tocantinense, a história da família Teixeira passa a integrar o rol de referências locais sobre persistência, fé e dedicação ao serviço público.
Com informações de Voz do Bico