Kabul – Sirajuddin Haqqani, líder da Rede Haqqani e alvo de busca internacional, ocupa o cargo de ministro do Interior do Afeganistão, posição que o coloca à frente da segurança do país.
Haqqani, cuja organização é associada a atentados suicidas e ataques contra civis e militares estrangeiros durante a guerra afegã, continua na lista dos mais procurados pelo Federal Bureau of Investigation (FBI). Mesmo sob pressão externa, autoridades talibãs afirmam que não há mudanças previstas na pasta.
Ajuda humanitária e destino dos recursos
Dados de serviços de inteligência ocidentais citados pelo historiador e cientista político Marcos Paulo Candeloro indicam que entre US$ 40 milhões e US$ 47 milhões em ajuda humanitária desembarcam semanalmente em Cabul em voos oficiais identificados com logotipos da Organização das Nações Unidas e de agências internacionais.
Segundo Candeloro, aproximadamente metade desses valores vai diretamente para os cofres da administração talibã, onde figuram pagamentos a nomes como Sirajuddin Haqqani. O restante seria repassado a organizações não governamentais controladas pelo próprio Talibã, responsáveis por distribuir benefícios às famílias de combatentes mortos.
Rede Haqqani e vínculos extremistas
A Rede Haqqani mantém laços estreitos com a Al-Qaeda e é reconhecida pela violência de suas ações. Formado na madrassa Deobandi Dar al-Ulum Haqqaniyya, no Paquistão, Sirajuddin representa a ala mais rígida do Talibã, que adota interpretação severa da lei islâmica e rejeita qualquer negociação considerada moderada.

Imagem: Reprodução via revistaoeste.com
Para Candeloro, a permanência de Haqqani no Ministério do Interior evidencia o risco de que recursos internacionais destinados a fins humanitários sejam desviados para financiar atividades terroristas. “O contribuinte norte-americano hoje não apenas financia a máquina do Talibã, mas ainda paga pensão para viúva de homem-bomba”, afirma o pesquisador.
Apesar de rumores recentes sobre uma possível renúncia, porta-vozes do governo Talibã negam qualquer alteração na liderança da pasta de segurança interna, confirmando que Haqqani permanece no comando.
Com informações de Revista Oeste