A detenção preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na manhã de sábado, 22 de novembro de 2025, em Brasília, acelerou as negociações nos principais partidos do Centrão para definir quem enfrentará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2026. Entre União Brasil, PP, PSD e Republicanos, o nome mais citado é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Motivos da prisão
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado apontou risco à ordem pública diante de uma vigília convocada para o condomínio onde Bolsonaro reside, além da violação da tornozeleira eletrônica. O ex-presidente foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, em cela especial.
Articulações para 2026
Desde agosto, quando Bolsonaro passou à prisão domiciliar, líderes do Centrão tentam convencer Tarcísio a concorrer ao Planalto, apesar de o governador manifestar preferência pela reeleição em São Paulo. Pressões vêm também de empresários e do setor financeiro, insatisfeitos com a política econômica federal e com as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Para esses grupos, Tarcísio seria o caminho para reaproximar os dois países.
Dentro do grupo, há disputa pela vaga de vice. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) se apresenta como opção, enquanto os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) dizem aceitar compor a chapa.
Papel da família Bolsonaro
A bênção de Bolsonaro é vista como crucial para transferir votos ao futuro candidato oposicionista. O ex-presidente, no entanto, defende que um de seus filhos integre a chapa. O mais cotado é o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), já que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enfrenta processo no STF. Parte do Centrão resiste, associando Flávio à sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e parcialmente revogada.
Condições de Bolsonaro e impasse da anistia
Com a prisão preventiva, as visitas a Bolsonaro dependem de autorização de Moraes, dificultando contatos políticos. Aliados relatam apatia e problemas de saúde decorrentes das sequelas da facada sofrida em 2018. A perspectiva de longa permanência na prisão reforça pedidos de anistia, mas ministros do STF sinalizam considerar eventual lei inconstitucional.
Imagem: André Borges
Força do Centrão no governo
Apesar de União Brasil e PP terem deixado a base de Lula, legendas do bloco mantêm controle de emendas bilionárias e indicações em estatais. No primeiro escalão, André Fufuca (PP) segue no Ministério do Esporte e Celso Sabino (União) permanece nos Transportes, mesmo após orientações partidárias para que entregassem os cargos.
Impacto no PL
Parlamentares do PL projetam dificuldades eleitorais sem Bolsonaro ativo nas ruas; ao mesmo tempo, esperam mobilizar eleitores prometendo atuar pela libertação do ex-presidente e defendendo o impeachment de Moraes, tema que deve ganhar espaço na campanha, sobretudo para o Senado.
Sem um desfecho para a situação jurídica de Bolsonaro, o Centrão corre contra o relógio para alinhar um palanque único contra Lula em 2026, enquanto aguarda a palavra final do ex-presidente sobre quem receberá seu apoio.
Com informações de Gazeta do Povo







