Brasília — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7) que não pretende modificar o Regimento Interno para permitir que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) exerça o mandato à distância.
Eduardo Bolsonaro mudou-se para os Estados Unidos com a família, já comunicou que não voltará ao Brasil e teve a licença encerrada em 20 de julho. Desde então, suas ausências estão sendo contabilizadas.
Sem previsão para trabalho remoto
Ao portal Metrópoles, Motta declarou que o regimento não prevê participação remota de parlamentares. “Seria uma excepcionalidade que não se justifica neste momento”, disse.
O deputado paraibano classificou a permanência de Eduardo nos EUA como uma “escolha política” para defender temas de seu interesse. “Temos um problema político-jurídico envolvendo o deputado, que decidiu ficar lá defendendo teses que lhe são caras”, afirmou, acrescentando que respeita as posições do colega, embora discorde de alguns de seus movimentos.
Possível perda de mandato
O Regimento Interno da Câmara prevê a cassação de deputados que faltarem a um terço das sessões. Caso continue ausente, Eduardo Bolsonaro poderá ter o mandato colocado em risco.

Imagem: Lula Marques via gazetadopovo.com.br
Investidas nos Estados Unidos
Nos EUA, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro articula sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado na qual Bolsonaro é réu. Após anunciar esse movimento, Eduardo passou a pressionar Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ameaçando buscar restrições contra ambos se não avançarem propostas de anistia e de impeachment de Moraes.
Presidência da Câmara mantém posição
Diante das ameaças, Hugo Motta reiterou que continuará “cumprindo o regimento e a Constituição” e destacou a necessidade de manter a institucionalidade da Câmara na apreciação de “tantos temas neste momento”.
Com informações de Gazeta do Povo