São Paulo — A Eli Lilly apresentou nesta quinta-feira, 7, os dados principais do ATTAIN-1, ensaio clínico de fase 3 que avalia a orforgliprona, candidato oral para tratamento de obesidade e sobrepeso.
O estudo acompanhou mais de 3 mil adultos com índice de massa corporal elevado e ao menos uma condição de saúde associada (exceto diabetes). Durante 72 semanas, todos os participantes receberam orientação de alimentação equilibrada e prática de atividades físicas.
Resultados de perda de peso
A dose diária de 36 mg produziu a maior redução: média de 12,4% do peso corporal (cerca de 12,4 kg), contra 0,9% (1 kg) observados no grupo placebo. Entre quem tomou 36 mg, 59,6% eliminaram mais de 10% do peso inicial, e 39,6% ultrapassaram 15%.
As doses de 12 mg e 6 mg também mostraram efeito relevante. Com 12 mg, 45,1% dos voluntários perderam mais de 10%, e 24% superaram 15%. Na dose de 6 mg, esses índices foram de 35,9% e 16,5%, respectivamente. No placebo, apenas 8,6% chegaram a 10% de redução e 3,6% ultrapassaram 15%.
Mecanismo e perfil de segurança
A orforgliprona pertence aos agonistas do receptor de GLP-1, mesma classe de tirzepatida (Mounjaro) e semaglutida (Ozempic e Wegovy). Diferente de outros comprimidos, é uma molécula não peptídica resistente às enzimas gástricas, podendo ser ingerida com ou sem alimento.
Os efeitos adversos mais frequentes foram náusea, constipação, diarreia, vômitos e má digestão, geralmente leves e temporários. O estudo também apontou reduções em colesterol LDL, triglicerídeos e pressão arterial sistólica.

Imagem: Divulgação via revistaoeste.com
Impacto no mercado
Apesar dos resultados, as ações da Eli Lilly recuaram após a divulgação, pois analistas esperavam perda entre 13% e 15% do peso. O banco Morgan Stanley estima que, em cenário favorável, o medicamento possa atingir vendas anuais de até US$ 40 bilhões até 2033, caso seja aprovado.
A empresa enfrenta concorrência direta da Novo Nordisk, que já solicitou aval regulatório para versões em pílula de Ozempic e Wegovy, previstas para chegar às farmácias até o fim do ano.
A orforgliprona ainda não está disponível no mercado e segue em fase de testes para obesidade, diabetes tipo 2, apneia do sono e hipertensão em pessoas com sobrepeso.
Com informações de Revista Oeste