A Polícia Federal incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que apura suposta tentativa de obstrução das investigações sobre um plano de golpe de Estado atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e ao jornalista Paulo Figueiredo.
A informação foi divulgada na noite de quinta-feira (14.ago.2025) pela GloboNews. O procedimento, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pastor diz não ter sido notificado
Em contato com a reportagem, Malafaia afirmou não ter recebido qualquer intimação e criticou o vazamento do caso. “Não fui notificado de nada. É vergonhoso a PF repassar isso para a imprensa. Denuncio há quatro anos a perseguição política promovida por Moraes e agora chegou a minha vez”, disse.
Origem do inquérito
Aberta em maio, a investigação examina supostas ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras e possíveis manobras para atrapalhar a apuração sobre o plano de golpe.
Manifestações de 3 de agosto
Malafaia organizou a manifestação pró-Bolsonaro realizada em 3 de agosto, na orla de Copacabana (RJ). No dia seguinte, Moraes determinou prisão domiciliar do ex-presidente, alegando descumprimento de medidas cautelares após ele cumprimentar manifestantes por videochamada.
Crimes investigados
Bolsonaro, Eduardo, Figueiredo e agora Malafaia são investigados por coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Imagem: Camila Abrão via gazetadopovo.com.br
Reações
Malafaia declarou não temer eventual prisão. “Escolheram a pessoa errada. Não tenho medo de polícia política”, afirmou.
Pelas redes sociais, Eduardo Bolsonaro acusou Moraes de “dobrar a aposta” ao incluir o pastor no inquérito. “Qual crime teria cometido? Convidar brasileiros para uma manifestação pacífica?”, escreveu o deputado na plataforma X.
Não há, até o momento, informação oficial sobre intimações ou medidas cautelares direcionadas a Malafaia.
Com informações de Gazeta do Povo