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Pesquisas contestam dados do Google sobre consumo de água do Gemini

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Pesquisadores independentes questionam a precisão dos números divulgados pelo Google sobre o consumo de água e as emissões de carbono do Gemini, chatbot de inteligência artificial (IA) da empresa. Segundo relatório recente da companhia, cada consulta ao sistema utiliza aproximadamente 0,26 mililitro — o equivalente a cinco gotas — e gera cerca de 0,03 grama de dióxido de carbono.

O documento do Google compara esse volume de água ao necessário para assistir nove segundos de televisão. A big tech ainda afirma ter implementado melhorias de eficiência para reduzir o impacto ambiental de seus modelos de IA.

Estudo independente aponta consumo 200 vezes maior

As estimativas foram contestadas por um estudo liderado pelo professor Shaolei Ren, da Universidade da Califórnia (EUA). Ao incluir o uso de água nos sistemas de resfriamento dos data centers — fator não contabilizado pelo Google — Ren calculou um gasto médio de 50 ml por resposta, quase 200 vezes acima do informado pela empresa.

“Eles estão escondendo informações cruciais”, declarou o pesquisador ao site The Verge. Para ele, a divulgação de apenas parte dos dados “passa a mensagem errada” sobre o real impacto ambiental da IA generativa.

Métricas de carbono também são alvo de críticas

O relatório do Google utiliza emissões “baseadas no mercado”, sem detalhar a localização dos data centers. Especialistas defendem que indicadores regionais oferecem um retrato mais fiel dos efeitos na área onde a estrutura opera, por geralmente apresentarem valores mais elevados.

Apesar de apontar ganhos de eficiência, o próprio documento mostra que as emissões globais de carbono do Google cresceram 11 % em 2024 e acumulam alta de 51 % desde 2019.

Pesquisas contestam dados do Google sobre consumo de água do Gemini - Imagem do artigo original

Imagem: gguy

Compromisso de revisão

A porta-voz da empresa, Mara Harris, informou que o estudo interno ainda não passou por revisão externa, mas “poderá ser submetido” no futuro. Em nota publicada no blog corporativo, o Google disse estar “orgulhoso” dos avanços obtidos até agora e prometeu “melhorias substanciais nos próximos anos”.

O debate ocorre em meio à demanda crescente por energia para treinar e operar modelos de IA, pressão que tem levado a projetos de novas usinas a gás e nucleares — instalações que também exigem grandes volumes de água para refrigeração.

Até o momento, o Google não comentou se pretende incluir o consumo indireto de água e métricas baseadas na localização nos próximos relatórios ambientais.

Com informações de Olhar Digital

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