O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou nesta quinta-feira (7.ago.2025) que a oposição reuniu 41 senadores favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O número, segundo ele, garante a maioria simples necessária para a admissibilidade da denúncia no Senado.
Para que o procedimento tenha início, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), precisa aceitar o pedido. Caso seja instalado, o afastamento definitivo do ministro dependerá do apoio de pelo menos 54 dos 81 senadores.
Nikolas informou nas redes sociais que o senador Laércio Oliveira (PP-SE), antes classificado como indeciso, aderiu ao grupo pró-impeachment. “Soma-se 41 assinaturas e temos maioria para admissibilidade da denúncia. Resta agora Alcolumbre receber a denúncia para dar início ao processo”, escreveu no X (antigo Twitter).
Passo a passo apresentado pelo deputado
Em sua publicação, o parlamentar listou sete etapas: leitura da denúncia por Alcolumbre; criação de comissão especial; parecer preliminar aprovado por maioria simples (41 votos); prazo de dez dias para defesa do ministro; parecer final também por maioria simples; afastamento automático de Moraes se o parecer for aprovado; e decisão final do plenário, que exige dois terços dos votos (54 senadores).
Confirmação no Senado
Em coletiva, o senador Rogério Marinho (PL-RN) confirmou a lista de 41 assinaturas e pediu uma posição do presidente do Senado. “O Senado, na sua maioria, entendeu que há necessidade da abertura desse processo”, afirmou. Marinho ressaltou que a anistia para investigados nos atos de 8 de janeiro segue como prioridade da oposição.
Resistência de governistas
Na véspera, o senador Cid Gomes (PSB-CE) disse que Alcolumbre não colocará o tema em votação. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), chamou o movimento oposicionista de “chantagem” e garantiu que a direção da Casa não cederá.
Senadores favoráveis (41)
Alan Rick (União-AC); Alessandro Vieira (MDB-SE); Astronauta Marcos Pontes (PL-SP); Carlos Portinho (PL-RJ); Carlos Viana (Podemos-MG); Cleitinho (Republicanos-MG); Damares Alves (Republicanos-DF); Dr. Hiran (PP-RR); Eduardo Girão (Novo-CE); Eduardo Gomes (PL-TO); Efraim Filho (União-PB); Esperidião Amin (PP-SC); Flávio Bolsonaro (PL-RJ); Hamilton Mourão (Republicanos-RS); Ivete da Silveira (MDB-SC); Izalci Lucas (PL-DF); Jaime Bagattoli (PL-RO); Jayme Campos (União-MT); Jorge Kajuru (PSB-GO); Jorge Seif (PL-SC); Laércio Oliveira (PP-SE); Lucas Barreto (PSD-AP); Luis Carlos Heinze (PP-RS); Magno Malta (PL-ES); Marcio Bittar (União-AC); Margareth Buzetti (PSD-MT); Marcos Rogério (PL-RO); Marcos do Val (Podemos-ES); Mecias de Jesus (Republicanos-RR); Nelsinho Trad (PSD-MS); Oriovisto Guimarães (Podemos-PR); Plínio Valério (PSDB-AM); Professora Dorinha Seabra (União-TO); Rogério Marinho (PL-RN); Sergio Moro (União-PR); Styvenson Valentim (Podemos-RN); Tereza Cristina (PP-MS); Wellington Fagundes (PL-MT); Wilder Morais (PL-GO); Zequinha Marinho (Podemos-PA).

Imagem: Edilson Rodrigues via gazetadopovo.com.br
Senadores indecisos (21)
Ângelo Coronel (PSB-BA); Ciro Nogueira (PP-PI); Confúcio Moura (MDB-RO); Daniella Ribeiro (PSD-PB); Davi Alcolumbre (União-AP); Dra. Eudócia Caldas (PL-AL); Eduardo Braga (MDB-AM); Eliziane Gama (PSD-MA); Fernando Dueire (MDB-PE); Flávio Arns (PSB-PR); Giordano (MDB-SP); Jader Barbalho (MDB-PA); Jussara Lima (PSD-PI); Mara Gabrilli (PSD-SP); Marcelo Castro (MDB-PI); Renan Calheiros (MDB-AL); Romário (PL-RJ); Soraya Thronicke (Podemos-MS); Sérgio Petecão (PSD-AC); Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); Zenaide Maia (PSD-RN).
Senadores contrários (19)
Ana Paula Lobato (PDT-MA); Augusta Brito (PT-CE); Beto Faro (PT-PA); Chico Rodrigues (PSB-RR); Cid Gomes (PSB-CE); Fabiano Contarato (PT-ES); Fernando Farias (MDB-AL); Humberto Costa (PT-PE); Irajá (PSD-TO); Jaques Wagner (PT-BA); Leila Barros (PDT-DF); Omar Aziz (PSD-AM); Otto Alencar (PSB-BA); Paulo Paim (PT-RS); Randolfe Rodrigues (PT-AP); Rodrigo Pacheco (PSD-MG); Rogério Carvalho (PT-SE); Teresa Leitão (PT-PE); Weverton (PDT-MA).
A oposição disponibilizou um site para acompanhar o placar das assinaturas. O impeachment de Moraes se tornou a principal bandeira do grupo desde a ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, expedida pelo STF.
Com informações de Gazeta do Povo