O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cancelou a sessão plenária desta segunda-feira, 5 de agosto de 2025, após a oposição ocupar o plenário em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De João Pessoa (PB), onde cumpre agenda, Motta informou nas redes sociais que a reunião foi encerrada e que haverá um encontro de líderes nesta terça-feira (6) para definir a pauta. “O Parlamento deve ser ponte para o entendimento”, publicou o deputado na plataforma X.
Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também convocou uma reunião de líderes e classificou a ocupação das Mesas Diretoras como “exercício arbitrário das próprias razões”.
A oposição pressiona pela votação do chamado pacote da paz, que inclui anistia a condenados por atos antidemocráticos e o impeachment de Moraes. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que colocará o tema em pauta caso Motta se afaste da direção dos trabalhos.
Em entrevista a jornalistas durante evento na capital paraibana, Motta reforçou que a Casa seguirá “respeitando o regimento e a Constituição” e destacou o papel do Conselho de Ética na apuração de eventuais condutas irregulares de deputados.

Imagem: Marina Ramos via gazetadopovo.com.br
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçou Motta e Alcolumbre com possíveis sanções de um futuro governo Donald Trump nos Estados Unidos se não pautarem a anistia e o processo contra Moraes. Questionado, o presidente da Câmara disse não temer a pressão: “Presidir a Câmara exige responsabilidade; seguirei agindo de forma equilibrada para que o interesse da população não fique em segundo plano”.
Em nova declaração ao portal Metrópoles na tarde desta segunda, Eduardo Bolsonaro reiterou que os chefes do Legislativo podem ser “punidos” caso não atendam às demandas da oposição.
Com informações de Gazeta do Povo