O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou na noite de 8 de agosto à Corregedoria Parlamentar as denúncias contra 14 parlamentares da oposição que ocuparam a Mesa Diretora em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Estão sujeitos a advertência ou suspensão do mandato por até seis meses:
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
- Nikolas Ferreira (PL-MG)
- Zucco (PL-RS)
- Bia Kicis (PL-DF)
- Allan Garcês (PP-MA)
- Pr. Marco Feliciano (PL-SP)
- Domingos Sávio (PL-MG)
- Marcel Van Hatten (Novo-RS)
- Julia Zanatta (PL-SC)
- Marcos Pollon (PL-MS)
- Zé Trovão (PL-SC)
- Carlos Jordy (PL-RJ)
- Carol De Toni (PL-SC)
- Paulo Bilynskyj (PL-SP)
A lista foi confirmada após publicação no Diário da Câmara. Embora não figure entre os 14 nomes, também seguiu para análise a denúncia apresentada pelo PL contra a deputada Camila Jara (PT-MS), acusada de agressão por Nikolas Ferreira. A parlamentar nega a acusação e afirma ser alvo de “campanha de perseguição”. O líder do PT na Casa, Lindbergh Farias, classificou a investigação como “inaceitável”.
Próximos passos
A Corregedoria dispõe de 48 horas para avaliar a admissibilidade das representações e encaminhar parecer à Mesa Diretora. Caso a maioria absoluta dos integrantes aprove, o processo segue ao Conselho de Ética com proposta de suspensão cautelar.
Em nota, a Secretaria-Geral da Mesa informou que a reunião desta sexta-feira decidiu pelo “imediato encaminhamento” das denúncias para que sejam “devidamente apuradas”.
Motivo da obstrução
A ocupação ocorreu nos dias 5 e 6 de agosto, depois da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou prisão domiciliar de Bolsonaro. Deputados do PL lideraram o ato e foram denunciados por PT, PSB e PSOL.

Imagem: Marina Ramos via gazetadopovo.com.br
Sem consenso, Motta convocou sessão para 6 de agosto, às 20h30, e ameaçou suspender os parlamentares que permanecessem no local. A Polícia Legislativa reforçou a segurança, mas o presidente da Câmara só conseguiu chegar à cadeira da presidência após mais de duas horas.
Entre os episódios relatados, o deputado Zé Trovão teria barrado o acesso de Motta à Mesa, enquanto Van Hatten se recusou a liberar a cadeira da presidência. Marcos Pollon também permaneceu no local até ser persuadido por colegas. Já Julia Zanatta levou a filha de quatro meses ao plenário; a denúncia alega que a criança foi usada como escudo para impedir ação da segurança, fato que levou o Conselho Tutelar a ser acionado.
“Punição pedagógica”
Mais cedo, Motta defendeu sanções “pedagógicas” para evitar que ocupações semelhantes se repitam. O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), deve se reunir com o presidente da Casa na próxima segunda-feira, 11 de agosto.
Com informações de Gazeta do Povo