Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apresentaram uma técnica que pode mudar o manejo de diversos transtornos neurológicos. Batizado de Circulatronics, o método utiliza microdispositivos eletrônicos que chegam ao cérebro por meio de uma simples injeção, dispensando qualquer intervenção cirúrgica.
Como funciona
A equipe coordenada por Deblina Sarkar, do Laboratório Nano-Cibernético Biotrek, desenvolveu os SWEDs (dispositivos eletrônicos sem fio de tamanho subcelular). Menores que uma célula sanguínea, esses chips percorrem a corrente sanguínea até alcançarem áreas profundas do cérebro, onde realizam estimulação elétrica direcionada.
O processo começa com a aplicação dos SWEDs em uma injeção no braço. Guiados por monócitos — células do sistema imunológico capazes de atravessar a barreira hematoencefálica —, os dispositivos se acomodam nos locais afetados. Uma vez posicionados, basta um feixe de laser infravermelho sobre o crânio para ativar os chips e promover neuromodulação focal.
Estrutura e energia
Cada microchip é formado por camadas ultrafinas de polímeros semicondutores e metais, suficientemente pequenas para circular pelo sangue. A alimentação ocorre de forma totalmente sem fio: a luz infravermelha é convertida em eletricidade dentro do próprio dispositivo.
Possíveis aplicações médicas
Os pesquisadores apontam potencial de uso no tratamento de Alzheimer, depressão, esclerose múltipla e tumores cerebrais, entre outras condições. Entre as vantagens destacadas estão:
Imagem: Aleksandra Sova
- Ausência de procedimento invasivo;
- Estimulação elétrica precisa em regiões profundas;
- Risco reduzido de infecção e danos cerebrais;
- Operação sem fios, com alimentação óptica;
- Possibilidade de adaptação a outros órgãos no futuro.
Resultados em testes pré-clínicos
Em experimentos com camundongos, inflamações cerebrais foram induzidas antes da aplicação dos SWEDs. Em 72 horas, os implantes se fixaram nas áreas lesionadas e, após a iluminação infravermelha, ativaram células cerebrais específicas sem provocar danos ou rejeição imunológica.
Próximos passos
A startup Cahira Technologies, fundada no MIT, prevê iniciar ensaios clínicos em até três anos, aproximando a inovação do uso hospitalar.
Com informações de Olhar Digital







