A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou na madrugada desta terça-feira (2) uma nota pública na qual se desculpa com os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas reafirma não aceitar qualquer aproximação do Partido Liberal (PL) cearense com o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB).
Na mensagem, Michelle, que preside o PL Mulher, afirma que “jamais poderia concordar” em apoiar a candidatura de alguém que, segundo ela, “implantou a narrativa” que rotulou Bolsonaro de “genocida”. A ex-primeira-dama também cita ataques pessoais de Ciro ao ex-presidente, classificando-os como motivo adicional para rechaçar a aliança.
“Não basta derrotar o PT e a esquerda; é preciso manter coerência com os valores que defendemos”, escreveu Michelle, comparando uma eventual troca de alianças a “substituir Joseph Stalin por Vladimir Lenin”.
Ela explicou que seu posicionamento ocorreu após a movimentação conduzida pelo deputado André Fernandes (PL-CE) para aproximar PL e PSDB no estado. O parlamentar tenta articular o apoio de Ciro Gomes à pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo cearense.
“Meu marido tem um coração bom, e eu tenho o dever de protegê-lo”, declarou Michelle, acrescentando que Ciro “não é e nunca será de direita” e “sempre será um perseguidor” de Bolsonaro.
Pedido de perdão aos enteados
No fim da nota, a ex-primeira-dama pede perdão a Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. “Não foi minha intenção contrariá-los. Quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e maior líder deste país”, concluiu.
Imagem: Andre Borges
Reação de aliados
Após o evento em Fortaleza, André Fernandes afirmou que o próprio Jair Bolsonaro autorizou, em 29 de maio, a conversa telefônica com Ciro Gomes. Ao portal Metrópoles, o senador Flávio Bolsonaro disse que Michelle “atropelou” a decisão do ex-presidente. Carlos e Eduardo Bolsonaro também defenderam o deputado cearense, alegando que ele apenas seguiu orientação do pai.
O Ceará é atualmente governado pelo petista Elmano de Freitas, que pode disputar a reeleição em 2026. O estado conta ainda, no Senado, com Augusta Brito (PT), Cid Gomes (PSB) e Eduardo Girão (Novo).
Com informações de Gazeta do Povo
