O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e o advogado-geral da União, Jorge Messias, abraçaram-se nesta sexta-feira (21) durante um culto da Assembleia de Deus no Brás, bairro da zona central de São Paulo.
Ambos compartilham a fé evangélica e possuem trajetória na Advocacia-Geral da União (AGU). Mendonça ocupou o cargo durante o governo Jair Bolsonaro (PL) antes de ser indicado ao STF em 2021. Messias, atual chefe da AGU, foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, mas ainda precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado Federal.
Articulação no Senado
Nos bastidores, o gesto de Mendonça é interpretado como sinal de apoio à indicação de Messias. Parlamentares da oposição, no entanto, classificam o advogado-geral como “mais petista do que evangélico” e apontam a proximidade com Lula, mencionada em ligações telefônicas divulgadas em 2016, como possível obstáculo na votação.
Desde a Proclamação da República, apenas cinco indicações ao STF foram rejeitadas pelo Senado, todas entre 1891 e 1894, durante o governo Floriano Peixoto.
Pressão de movimentos sociais
A escolha de Messias foi anunciada em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o que motivou críticas de grupos que defendiam a nomeação de uma mulher negra para o tribunal. O Instituto Papo Reto destacou que, mesmo que todas as próximas indicações sejam femininas, a maioria da Corte permanecerá masculina até 2043.
Imagem: Luiz Silveira
Próximos passos
Cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), marcar a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O senador informou que pretende conversar com Lula antes de definir a data.
Após o culto, Messias seguiu para o Palácio do Planalto, onde já vinha participando de reuniões com líderes evangélicos para reforçar sua candidatura ao Supremo.
Com informações de Gazeta do Povo







