Uma neurologista protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), acusando o parlamentar de difamação. A petição foi apresentada na quarta-feira, 26 de novembro de 2025.
O caso teve início quando a médica publicou, nas redes sociais, comentário em tom de ironia sobre o assassinato do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk. Ela escreveu: “Um ativista americano foi morto hoje durante um evento ao ar livre em uma universidade dos EUA. A ironia? Ele tava sob uma tenda com os dizeres ‘prove me worng’. Pois é, provaram”.
Pouco depois, outro usuário disseminou a mensagem acrescentando que a autora do post demonstrava que “boa parte da esquerda é formada por psicopatas”. A publicação trazia captura de tela do perfil da neurologista, com nome completo e a informação de que ela é especialista em neurologia.
Gayer compartilhou esse conteúdo e comentou: “Mais uma extremista que celebra assassinatos de quem pensa diferente”. Segundo a médica, a exposição feita pelo deputado desencadeou ataques em massa.
Nos documentos entregues ao STF, a defesa apresenta mensagens recebidas pela profissional, como “fica esperta na rua” e “presta bastante atenção quando estiver saindo de casa”. Há ainda imagens que exibem seu nome completo, profissão, cidade, telefones, números de CRM, endereço da clínica onde trabalha e CPF.
Para os advogados, a divulgação desses dados configura “doxxing clássico” — exposição calculada de informações pessoais com o objetivo de intimidar e possibilitar represálias fora do ambiente digital. A acusação sustenta que o parlamentar teria orquestrado a ofensiva ao vinculá-la a “conduta moralmente reprovável e socialmente odiosa”.
Imagem: Mário Agra
Assassinato de Charlie Kirk
Charlie Kirk, 31 anos, fundador da organização conservadora Turning Point USA e aliado do ex-presidente Donald Trump, foi baleado no pescoço pelo estudante Tyler Robinson durante palestra da turnê “American Comeback Tour” na Universidade de Utah. O evento havia sido alvo de um abaixo-assinado com cerca de 7 mil assinaturas pedindo o cancelamento.
A morte do ativista motivou manifestações de comemoração ou ironia em redes sociais. Entre os casos que ganharam destaque, estão declarações do jornalista Eduardo Bueno, do médico Ricardo Barbosa — que teve o visto norte-americano revogado — e da influenciadora Juliana Rosa, conhecida como “Juju dos Teclados”.
A reportagem entrou em contato com o deputado Gustavo Gayer e aguarda retorno.
Com informações de Gazeta do Povo







