A Justiça da Itália manteve a prisão preventiva da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) e rejeitou o pedido de conversão para prisão domiciliar. A decisão, tomada pelo Tribunal de Apelações de Roma na semana passada, foi divulgada nesta terça-feira (19) pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Zambelli está detida desde o fim de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que originou uma Difusão Vermelha da Interpol. O tribunal italiano considerou legítima a prisão com fins de extradição, acolhendo documentos e manifestações enviados pelo governo brasileiro.
A defesa da parlamentar sustentava três argumentos para a mudança do regime de custódia: problemas de saúde, ausência de mandado internacional válido e falta de pedido formal de extradição. Os magistrados rejeitaram as alegações ao entender que a Difusão Vermelha, respaldada pelo STF, supre a exigência de ordem internacional e que o Brasil enviou a documentação necessária para a prisão provisória, conforme o tratado de extradição entre os dois países.
O único ponto pendente diz respeito ao estado de saúde da deputada. A Corte determinou a realização de perícia médica oficial, cujo laudo será apresentado em nova audiência marcada para 27 de agosto. Nessa sessão, os juízes voltarão a analisar a possibilidade de conversão da prisão para o regime domiciliar.
Durante a audiência que manteve a custódia, Zambelli chegou a ser levada a um hospital após passar mal, mas retornou à penitenciária. Segundo a defesa, ela possui “diversos problemas de saúde”, agravados pela rotina carcerária.
Imagem: Billy Boss
Carla Zambelli foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao lado do hacker Walter Delgatti Neto. Após a sentença, deixou o Brasil, foi localizada em Roma e presa em julho em operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas.
Com informações de Gazeta do Povo
