Brasília – O Ministério da Justiça e Segurança Pública encaminhou à Polícia Federal (PF) um pedido de abertura de inquérito para apurar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A solicitação, assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski em 7 de julho, refere-se a uma mensagem compartilhada em um aplicativo de conversas na qual Bolsonaro teria vinculado Lula ao ex-ditador sírio Bashar al-Assad e a execuções de pessoas LGBTQIA+.
De acordo com fontes ligadas à investigação, o pedido começou a tramitar após um integrante de um grupo de WhatsApp do ex-presidente encaminhar notícia-crime ao Ministério Público Federal (MPF). A denúncia chegou à 5ª Vara Criminal de Brasília, que recebeu a informação de que Bolsonaro divulgou uma imagem relacionando Lula ao regime sírio e a assassinatos de minorias.
Em nota à reportagem, a Polícia Federal informou que, até o momento, não há apuração em curso na corporação. Os autos enviados por Lewandowski foram remetidos ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e, posteriormente, à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A PCDF declarou não ter sido notificada até a última atualização, enquanto o MPF não se manifestou.
Segundo pessoas que acompanham o caso, o encaminhamento à PCDF ocorreu após o MPDFT reconhecer a competência da Justiça estadual para investigar o episódio. Elas afirmam ainda que o intervalo entre o pedido, em julho, e a instauração do inquérito deve-se a trâmites protocolares.
O novo procedimento soma-se a outras investigações que envolvem Bolsonaro, como a suposta tentativa de golpe de Estado pós-eleições de 2022, o inquérito das fake news, a apuração sobre joias sauditas e a investigação sobre dados de cartões de vacinação, arquivada em março deste ano.
Imagem: Isaac Fontana via gazetadopovo.com.br
Bashar al-Assad deixou o comando da Síria ao fim de 2024, após ofensiva rebelde que encerrou quase 25 anos de ditadura.
Com informações de Gazeta do Povo
