São Paulo, 30 nov. 2025 – O ex-ministro José Dirceu afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrenta um “ultimato” para lançar candidatura à Presidência da República em 2026.
Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo, o articulador político do PT declarou que Tarcísio é o nome preferido do “establishment agrário e financeiro” e que, caso ele decida não concorrer, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), surge como segunda alternativa. “Eles têm que ganhar de nós”, resumiu.
Bolsonarismo
Dirceu avaliou que o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso, não deve desaparecer do cenário político, mas, segundo ele, o bolsonarismo deixará de ser majoritário. “Bolsonaro será coadjuvante numa próxima eleição; a direita precisa dele, mas não o quer”, comentou.
Alianças para 2026
O ex-chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula defendeu que o PT pode formar maioria por meio de alianças. Ele citou o apoio de parte do MDB e do PSD à tentativa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e disse que outros arranjos podem surgir conforme a dinâmica estadual.
Possível retorno ao Congresso
Pré-candidato a deputado federal em 2026, Dirceu afirmou que deseja contribuir com propostas de reforma política — defendendo maior proporcionalidade na Câmara e fidelidade partidária — e de reforma social. “Tenho experiência, história e propostas para apresentar”, declarou.
Imagem: Paulo Pinto
Condenações e revisão criminal
Dirceu relembrou que, em 2005, perdeu o mandato por quebra de decoro no caso do Mensalão e foi preso em 2013, além de outras três detenções na Operação Lava Jato. Em 2024, suas condenações foram anuladas pelo ministro Gilmar Mendes, abrindo caminho para nova candidatura. Ele afirmou que pedirá revisão criminal do processo do Mensalão, sustentando que o Supremo Tribunal Federal nunca comprovou compra de votos, mas, sim, uso de empréstimos bancários para caixa dois e despesas de campanha.
Atualmente, o petista coordena articulações políticas para a campanha de reeleição de Lula em 2026 e participa da elaboração de um novo programa partidário. Segundo Dirceu, a “construção do pós-Lula” passa pela reconstrução do PT.
Com informações de Gazeta do Povo







