Quase 80% das companhias globais já utilizam ferramentas de inteligência artificial generativa, porém a maioria ainda não percebe impacto relevante nos números do balanço. A conclusão é de pesquisa divulgada pela McKinsey & Company, que compara o cenário atual ao paradoxo da produtividade observado durante a popularização dos computadores pessoais nas décadas passadas.
De acordo com o estudo, os gastos corporativos com IA devem alcançar US$ 61,9 bilhões em 2025. Mesmo assim, 42% dos projetos-piloto iniciados em 2024 foram encerrados antes de chegar à fase de produção. Entre os motivos citados estão barreiras técnicas, resistência de funcionários e escassez de profissionais capacitados.
Exemplos pontuais de ganhos
Algumas organizações já reportam benefícios concretos. A seguradora norte-americana USAA disponibilizou um assistente de IA para 16 000 atendentes, aprimorando a qualidade das respostas ao cliente. Na Johnson Controls, um aplicativo alimentado por IA reduziu em até 15 minutos o tempo necessário para consertar equipamentos.
No JPMorgan Chase, cerca de 200 000 colaboradores utilizam assistentes virtuais para localizar dados, elaborar relatórios e apoiar decisões financeiras, economizando até quatro horas de trabalho por semana. Consultores de investimentos do banco também aceleraram a emissão de recomendações, o que refletiu em aumento de vendas e produtividade.

Imagem: Anggalih Prasetya via olhardigital.com.br
Fundo do poço da desilusão
Especialistas ouvidos pela McKinsey alertam que a tecnologia tende a atravessar o chamado “fundo do poço da desilusão” antes de se consolidar. Muitos protótipos fracassam, mas geram aprendizados que podem ser incorporados a iniciativas futuras. Para Andrew McAfee, pesquisador do MIT, a potência tecnológica sozinha não garante transformação imediata; o impacto real só aparecerá à medida que as empresas adotarem práticas eficazes de integração.
Com informações de Olhar Digital