Com 187,9 milhões de brasileiros conectados à internet – 86,6 % da população – e 144 milhões ativos em redes sociais, o ambiente digital tornou-se eixo central das campanhas que miram as eleições de 2026.
O publicitário e estrategista Guto Araujo, que participou de seis campanhas presidenciais no Brasil e em outros países da América Latina, afirma que a disputa eleitoral vive “uma transição definitiva”: plataformas digitais deixaram de ser apoio e passaram a estruturar toda a comunicação política.
Mensageiros no centro da estratégia
Para Araujo, aplicativos como WhatsApp e Telegram criam engajamento e senso de comunidade, mas impõem dificuldades de rastreamento e moderação. Já a microsegmentação, alimentada por dados comportamentais, permite adaptar narrativas para grupos específicos, exigindo transparência e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Inteligência artificial acelera produção e amplia riscos
Ferramentas de IA vêm reduzindo tempo e custo na criação de vídeos e textos. O estrategista alerta, contudo, para ameaças de deepfakes, bots e manipulação algorítmica. “A tecnologia é poderosa, mas sem governança vira ameaça. O eleitor de 2026 quer saber quem financiou, qual base de dados foi usada e se houve consentimento”, pontua.
Oportunidades e limites para campanhas locais
Segundo Araujo, candidaturas de menor porte podem ganhar visibilidade ao explorar WhatsApp, Instagram e TikTok. Ele ressalta, porém, que “o custo do erro é altíssimo”: disparos em massa, uso de dados sem consentimento ou conteúdo de origem duvidosa já não são tolerados pela sociedade nem pela Justiça Eleitoral.
Com o avanço da conectividade e a adoção acelerada de tecnologias de segmentação e IA, especialistas apontam que ética, transparência e conformidade regulatória serão decisivas para o sucesso das próximas campanhas.
Com informações de Atitude TO







