O ambiente político brasileiro se intensificou nesta quinta-feira (21) após um incêndio em um dos pavilhões da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, e a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Incêndio em Belém
Um foco de fogo atingiu um dos galpões que abrigam atividades da COP 30, obrigando a evacuação imediata da área. A Organização das Nações Unidas já havia alertado o governo federal sobre problemas na rede elétrica do espaço. Jornais estrangeiros repercutiram o episódio, destacando falhas estruturais.
A oposição atribuiu ao Palácio do Planalto responsabilidade pelo incidente e classificou o episódio como “vergonha internacional”. Um ministro, que preferiu não se identificar, minimizou o ocorrido, afirmando que incêndios “podem acontecer em qualquer lugar do planeta”. Até agora, os desembolsos federais para o evento já ultrapassam R$ 787 milhões.
Em agendas públicas no mesmo dia, o presidente Lula não mencionou o incêndio. Ele comemorou a redução de tarifas definida em acordo com os Estados Unidos, exaltou a primeira-dama Janja e disse querer convencer o presidente norte-americano, Donald Trump, da gravidade das mudanças climáticas.
Nomeação de Jorge Messias ao STF
Lula formalizou o envio do nome de Jorge Messias para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal. A escolha gerou críticas de parlamentares, que apontam preocupações com a liberdade de expressão em razão da atuação de Messias na Advocacia-Geral da União.
Oposição articula a abertura de uma investigação por suposto crime de prevaricação ligado a fraudes no INSS. Em reação direta, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) anunciou que pautará uma “pauta-bomba” com potencial de pressionar as contas públicas. Já o ministro do STF André Mendonça sinalizou apoio à candidatura de Messias e se dispôs a auxiliar na sabatina no Senado.
Imagem: Bruno Spada
Pedido de prisão de Alexandre Ramagem
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi fotografado nos Estados Unidos após ter sido condenado pelo STF. Segundo relatos, seu passaporte estaria cancelado. O PSOL ingressou com pedido de prisão imediata, alegando risco de fuga.
Outros fatos do dia
• O STF autorizou a transferência de Ronnie Lessa, réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, para Brasília.
• Um deputado do PSOL apresentou proposta para alterar o lema da bandeira nacional para “Amor, Ordem e Progresso”.
• A ex-deputada Manuela D’Ávila confirmou retorno à política e planeja disputar uma vaga no Senado pelo PSOL.
Com a crise na COP 30, a disputa em torno da indicação ao STF e a controvérsia envolvendo Ramagem, o governo enfrenta simultaneamente pressões internas e repercussão internacional negativa.
Com informações de Gazeta do Povo
