Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou nesta terça-feira (5) que o Brasil apresentará, em 18 de agosto, sua posição oficial sobre a investigação aberta pelos Estados Unidos com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974.
O comunicado foi feito durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, realizada no Palácio Itamaraty. “O Itamaraty está preparando a resposta que será encaminhada pelo governo brasileiro no próximo dia 18”, afirmou o chanceler.
Alvo da apuração
Em julho, o presidente norte-americano Donald Trump autorizou a abertura de um inquérito para examinar práticas brasileiras relacionadas a comércio digital, pagamentos eletrônicos – incluindo o Pix –, concessão de tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção à propriedade intelectual e controle do desmatamento ilegal. Segundo o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), essas condutas poderiam prejudicar ou limitar as trocas comerciais com empresas norte-americanas.
Contraste de declarações
A fala de Vieira na plenária difere de sua posição exposta na véspera, durante a cerimônia pelos 80 anos do Instituto Rio Branco. Na ocasião, o ministro descartou negociar com o governo Trump e rebateu críticas do presidente dos EUA sobre suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Papel do conselho
Ao se dirigir aos integrantes do Conselho, o ministro destacou que o colegiado “agrega talentos, experiência e articulação” e será peça estratégica na defesa da economia nacional e da soberania brasileira. O órgão reúne representantes de diversos segmentos da sociedade, como empresários, artistas, influenciadores digitais, profissionais da saúde, movimentos sociais, lideranças indígenas, professores e economistas. Alterações na composição devem ser anunciadas a partir desta quinta-feira.

Imagem: Ricardo Stuckert via revistaoeste.com
Criado no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) e extinto em 2019, o Conselho foi recriado em 2023 com o objetivo de ampliar o diálogo entre governo federal e sociedade civil.
Com informações de Revista Oeste