A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a pedir a responsabilização de redes sociais e demais plataformas digitais ao comentar a repercussão do vídeo “Adultização”, publicado pelo influenciador Felca (Felipe Bressanim Pereira). A declaração foi feita nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025.
Em postagem nas redes, Gleisi elogiou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que incluiu na pauta projetos de lei voltados ao combate a crimes virtuais contra crianças. “A denúncia do Felca, com enorme repercussão, ressalta também o acerto do STF ao responsabilizar as plataformas que permitem a ação desses criminosos, sem necessidade de prévia notificação judicial”, escreveu a ministra.
Ela afirmou que as empresas de tecnologia “são capazes de identificar praticamente tudo o que fazem seus usuários” e, por isso, “não podem fingir que não é com elas”. “A internet não pode continuar sendo uma terra sem lei; uma arma poderosa nas mãos de pedófilos, incitadores de mutilações e suicídios, golpistas e criminosos”, concluiu.
Vídeo atinge 28 milhões de visualizações
Publicado no YouTube, o vídeo de Felca critica a exposição de crianças na internet e cita o criador de conteúdo Hytalo Santos como exemplo de prática inadequada. A gravação ultrapassou 28 milhões de visualizações, segundo o influenciador, que relatou ter contratado seguranças e passado a usar carro blindado após receber ameaças.
A repercussão levou Hugo Motta a anunciar que o tema será discutido esta semana na CCJ. “O vídeo sobre a adultização das crianças chocou e mobilizou milhões de brasileiros. Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade”, declarou o parlamentar.

Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom via gazetadopovo.com.br
Decisão do STF em vigor desde junho
Em junho, por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal alterou a interpretação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) e passou a permitir a responsabilização direta das plataformas por conteúdos ilegais, mediante simples notificação extrajudicial. A nova regra vale para casos como pornografia infantil, incitação à automutilação, discriminação racial ou de gênero, crimes contra a mulher, atos antidemocráticos e terrorismo.
Empresas como Google, Meta e TikTok, que têm grande base de usuários no Brasil, são afetadas pela mudança. Partidos de oposição, contudo, alegam que a decisão ameaça a liberdade de expressão e pode restringir o debate público.
Com informações de Gazeta do Povo