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Funcionários da Amazon denunciam riscos ambientais e trabalhistas na corrida por inteligência artificial

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Mais de 1.000 empregados da Amazon assinaram uma carta aberta, divulgada na quarta-feira (26), questionando a estratégia da companhia para o desenvolvimento de inteligência artificial (IA). O documento, organizado pelo coletivo interno Amazon Employees for Climate Justice, acusa a empresa de adotar uma política de “custo a qualquer preço” que, segundo os autores, ameaça o meio ambiente, empregos e a democracia.

Os signatários incluem engenheiros de alto escalão, líderes de produto e trabalhadores de armazéns. Eles afirmam que a busca acelerada por IA serve de pretexto para demissões — aproximadamente 14 mil vagas já teriam sido cortadas — enquanto os recursos economizados financiam data centers “caríssimos” dedicados a produtos de IA ainda sem demanda comprovada.

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Pressão interna e apoio externo

Além dos funcionários da própria Amazon, mais de 2.400 profissionais de outras gigantes de tecnologia, como Google e Apple, endossaram o manifesto. Em entrevista à revista Wired, um gerente de engenharia com mais de duas décadas na empresa comparou a atual “obsessão” por IA a uma droga, alegando que a iniciativa serviria de “cortina de fumaça” para reduzir a força de trabalho.

Impacto ambiental em foco

O texto destaca o consumo elevado de energia necessário para treinar modelos de IA, o que, segundo os autores, força concessionárias a recorrer a fontes poluentes como usinas a carvão. O grupo exige que a Amazon abandone combustíveis fósseis e deixe de disponibilizar suas tecnologias para ações de vigilância e deportação nos Estados Unidos.

Procurado pela Wired, o porta-voz Brad Glasser reiterou a meta corporativa de zerar as emissões de carbono até 2040, embora tenha reconhecido que o progresso “nem sempre será linear”.

Clima de tensão nos escritórios

De acordo com a carta, engenheiros relatam pressão para dobrar a produtividade utilizando ferramentas internas de IA consideradas ineficazes. Um funcionário classificou os resultados gerados por essas soluções como “lixo”, incapazes de atingir as metas estipuladas pela chefia, alimentando o temor de substituição por automação.

Funcionários da Amazon denunciam riscos ambientais e trabalhistas na corrida por inteligência artificial - Imagem do artigo original

Imagem: Frederic Legrand COMEO

Ação antes da Black Friday

A divulgação do manifesto foi planejada para ocorrer às vésperas da Black Friday, com o objetivo de chamar a atenção do público para os custos humanos e ambientais associados às compras online. Os autores pedem a criação de grupos de trabalho éticos, nos quais funcionários tenham voz sobre a implementação de tecnologias de IA.

O Olhar Digital solicitou posicionamento oficial da Amazon e aguarda resposta.

Com informações de Olhar Digital

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