O escritor e filósofo Flávio Gordon publicou um texto na edição mais recente da Revista Oeste no qual associa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao magistrado nazista Roland Freisler, que presidiu o Volksgerichtshof (Tribunal do Povo) na Alemanha de Adolf Hitler.
No artigo intitulado “Do vermelho ao negro, de Freisler a Moraes”, Gordon afirma que o ministro teria criado um “tribunal paralelo” para, segundo ele, intimidar o movimento político-cultural que se formou em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. A acusação baseia-se em informações divulgadas na série de reportagens “Vaza Toga 2”, assinada pelo jornalista Cristyan Costa, também publicada pela Revista Oeste.
O autor do texto sustenta que o objetivo do magistrado seria “aniquilar” o grupo de apoiadores de Bolsonaro. Para exemplificar, cita duas situações relatadas por Costa: o caso de um ambulante preso por declarações feitas cinco anos antes e o de uma idosa detida por engano. Ambos teriam permanecido atrás das grades até apresentarem laudos médicos e contarem com a atuação de advogados.
Gordon recorda que Freisler, no século XX, era conhecido pelos gritos e humilhações públicas nos julgamentos. Segundo o escritor, Moraes substituiria esse comportamento por despachos em letras maiúsculas e com várias exclamações, transformando-os em instrumento de intimidação.
O texto menciona ainda uma sessão do STF em 28 de maio de 2025, na qual Moraes participou usando a tradicional toga preta da Corte, e argumenta que o ministro “parece disposto a silenciar qualquer voz dissonante”.

Imagem: Gustavo Moreno via revistaoeste.com
Além de Gordon, a edição da revista traz comentário da jornalista Daniela Giorno, que relembra os métodos de Freisler para ilustrar o paralelo traçado entre o juiz nazista e o ministro do Supremo.
O STF não se manifestou, até o momento, sobre as críticas presentes no artigo.
Com informações de Revista Oeste