O governo dos Estados Unidos revogou permissões especiais que autorizavam a Samsung e a SK Hynix a utilizar equipamentos e componentes de origem norte-americana em suas fábricas instaladas na China. A decisão, anunciada pela Casa Branca em 1º de setembro de 2025, faz parte de um pacote de medidas para restringir o acesso de Pequim a tecnologias avançadas de semicondutores.
As duas empresas sul-coreanas, entre as maiores produtoras de chips de memória do mundo, contavam com isenções concedidas pelo Departamento de Comércio em 2022. Essas autorizações permitiam a compra de máquinas, softwares e outros insumos dos EUA sem a necessidade de licenças individuais. Com a revogação, todo embarque passará a depender de aprovação caso a caso.
Reações na indústria
Em comunicado, a SK Hynix informou que manterá “comunicação estreita” com os governos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos e adotará medidas para reduzir eventuais impactos sobre suas operações. A Samsung não havia se manifestado até o momento da publicação.
O Ministério da Indústria da Coreia do Sul declarou que a estabilidade das unidades das companhias no território chinês é essencial para a cadeia global de suprimentos de semicondutores e prometeu continuar negociando com Washington para evitar rupturas.
Resposta de Pequim
O Ministério do Comércio da China criticou a nova regra, afirmando que ela pode afetar as vendas da norte-americana KLA Corp., fornecedora de equipamentos para fabricação de chips, e disse que adotará “ações necessárias” para proteger os interesses das empresas chinesas.

Imagem: Art oprienko
Contexto das restrições
Desde 2022, os EUA ampliam controles de exportação sobre tecnologias de ponta, impedindo a China de comprar chips avançados, insumos e softwares usados no desenvolvimento de semicondutores e supercomputadores. As normas também proíbem cidadãos norte-americanos de prestar suporte técnico a fabricantes chineses ou autorizar envios de equipamentos a essas empresas, mesmo indiretamente por meio de terceiros países.
Com as novas exigências de licenciamento, Washington reforça a estratégia conhecida como “guerra dos chips”, que busca, simultaneamente, impulsionar a produção doméstica e limitar o avanço tecnológico chinês.
Com informações de Olhar Digital