Pequim, 18 de agosto de 2025 – A Kaiwa Technology, startup sediada na China, exibiu durante a Conferência Mundial de Robótica, realizada de 8 a 12 de agosto na capital chinesa, um protótipo de robô capaz de abrigar um útero artificial. A empresa planeja que a máquina realize toda a gestação – da fertilização ao parto – já em 2026.
Como o sistema deve funcionar
Segundo a companhia, óvulo e espermatozoide humanos serão fertilizados fora do corpo e, em seguida, inseridos no interior do robô. A partir desse momento, o desenvolvimento fetal ocorrerá inteiramente dentro da estrutura mecânica. Um tubo substituirá o cordão umbilical, fornecendo nutrientes, e o embrião ficará imerso em líquido amniótico artificial, recriando as condições do útero durante os nove meses de gestação.
Referências anteriores
Pesquisas com úteros artificiais já mostraram resultados promissores em animais. Em 2017, cientistas na Filadélfia (EUA) mantiveram um cordeiro prematuro vivo por quatro semanas em uma biobolsa que funcionava como incubadora neonatal. A proposta da Kaiwa difere por abranger todo o período gestacional dentro do robô.
Debates e custos
O anúncio intensificou discussões sobre questões éticas, legais e religiosas. Enquanto alguns veem a tecnologia como alternativa para casais com dificuldades de fertilidade, críticos apontam riscos de desconexão materna e patologização da gravidez, além de dúvidas sobre a saúde do bebê. A Kaiwa estima cobrar menos de 100 mil yuans (aproximadamente US$ 13,9 mil ou R$ 73 mil) pelo equipamento, valor considerado elevado, porém inferior ao de outras inovações de ponta.

Imagem: Prostock-studio
Com o protótipo em estágio avançado, a empresa ainda precisa enfrentar testes científicos rigorosos e regulamentações antes de levar o primeiro robô de gestação ao mercado, previsto para ocorrer em 2026.
Com informações de Olhar Digital