A oitiva do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS foi suspensa por alguns minutos nesta segunda-feira, 8 de setembro de 2025, após um bate-boca entre parlamentares da base do governo e da oposição.
O confronto verbal envolveu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o deputado Rogério Correia (PT-MG). Durante a troca de acusações, Correia afirmou “Bolsonaro na cadeia”, ao que Cavalcante respondeu “Você respeita o Bolsonaro”. Antes, Correia já havia retrucado: “Não me manda calar a boca, cala a boca você”.
A tensão começou quando o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) questionou Lupi sobre a renovação de contratos com entidades que efetuam descontos em folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Van Hattem perguntou se “quem assina é responsável pelos seus atos, sim ou não?”. Inicialmente, Lupi recusou-se a responder, provocando protestos da oposição.
Diante do impasse, a presidência da CPMI interrompeu a sessão para que o ex-ministro consultasse seu advogado sobre a obrigação de prestar esclarecimentos. Na retomada, Lupi concordou em responder, negou envolvimento direto nas irregularidades e declarou não poder ser responsabilizado por atos de terceiros.
A comissão foi instalada após denúncias de fraudes em descontos na folha de beneficiários do INSS que, segundo as investigações, resultaram em prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025. Entidades suspeitas de participação no esquema arrecadariam mais de R$ 2 bilhões por ano e enfrentam milhares de processos judiciais.

Imagem: REPRODUÇÃO
Além de Lupi, outros doze ex-presidentes do INSS foram chamados a depor, entre eles Alessandro Steffanutto. O depoimento de Lupi só ocorreu após acordo para que ele comparecesse como convidado, não como convocado, o que reduz a obrigatoriedade de presença e de respostas.
Com informações de Gazeta do Povo