A equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “desnecessário e constrangedor” o pedido da Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que policiais permaneçam 24 horas dentro da casa onde ele cumpre prisão domiciliar.
O requerimento foi encaminhado pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que alegou risco de falhas no monitoramento eletrônico em razão da qualidade do sinal telefônico e de possíveis interferências. Segundo a corporação, a presença contínua de agentes garantiria o cumprimento da prisão preventiva e evitaria qualquer tentativa de fuga.
Em entrevista à CNN Brasil, o advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que a medida contraria decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, que autorizava somente o policiamento externo. “O objetivo pode ser alcançado com a vigilância do lado de fora. Não há justificativa para colocar uma equipe dentro da residência”, disse o defensor.
Moraes enviou o pedido da PF à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestar-se antes de decidir.
Repercussão entre aliados
Parlamentares ligados a Bolsonaro também reagiram. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou o uso de recursos públicos para monitorar um adversário político que, segundo ele, “nunca foi condenado”.

Imagem: Waldir Barreto
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) qualificou a medida como “humilhação desnecessária” e disse acreditar que o pai “voltará a ser livre e, se Deus quiser, presidente em 2027”.
Já o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) escreveu na rede social X que se trata de “perseguição política”, apontando que nem traficantes recebem vigilância 24 horas semelhante. O ex-presidente, de 70 anos, enfrenta problemas de saúde e permanece em prisão domiciliar desde decisão de Moraes.
Com informações de Gazeta do Povo