O empresário Jason Miller, estrategista político ligado ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, declarou neste domingo, 10, que “não vai parar, desistir ou ceder” até que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja libertado. A mensagem foi publicada no X (antigo Twitter) com emojis de punho cerrado e a bandeira do Brasil.
“Para deixar claro: não vou parar, não vou desistir, não vou ceder, até que o presidente Jair Bolsonaro esteja livre”, escreveu Miller, em inglês, junto a um link para a própria postagem datada de 10 de agosto de 2025.
O comentário foi feito após o consultor compartilhar a publicação de um usuário que dizia ser “mais importante o impeachment de Alexandre de Moraes do que libertar Bolsonaro”. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, respondeu ao tuíte com bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos.
Vínculos com Trump e a família Bolsonaro
Miller não ocupa cargo oficial na administração norte-americana, mas é apontado como um dos principais conselheiros de Trump, tendo atuado nas três campanhas presidenciais do republicano desde 2016 e nas equipes de transição em 2016 e 2024. Ele mantém relação próxima com Eduardo Bolsonaro, que permanece nos EUA desde o fim de fevereiro articulando com congressistas sanções contra Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
No fim de julho, o governo Trump incluiu Moraes na lista de alvos da Lei Magnitsky, que prevê punições a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.
Críticas recorrentes ao STF e a Moraes
A publicação deste domingo se soma a outras em que Miller critica o STF, Alexandre de Moraes e autoridades brasileiras, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em julho, o consultor acusou Moraes de adotar “táticas ditatoriais” e o descreveu como a “maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”.

Imagem: Mídias sociais via revistaoeste.com
Passagem pelo Brasil e criação da Gettr
Em 2021, Miller veio a Brasília para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), promovida por Eduardo Bolsonaro, a fim de divulgar a rede social Gettr. Na saída do país, foi detido por ordem de Moraes no Aeroporto Internacional de Brasília e interrogado pela Polícia Federal no inquérito sobre incitação a atos antidemocráticos. “Não fomos acusados de nenhum delito”, declarou na época, antes de ser liberado.
A Gettr, criada para usuários de direita e sem moderação de conteúdo, teve Miller como executivo-chefe até fevereiro de 2023, quando ele se integrou à pré-campanha de Trump. O consultor também trabalhou na agência Jamestown Associates, responsável por comerciais para candidatos do Partido Republicano.
Com novas críticas ao STF e a promessa de continuar pressionando até que Jair Bolsonaro seja “livre”, Jason Miller reafirma o alinhamento entre setores do conservadorismo norte-americano e a família do ex-presidente brasileiro.
Com informações de Revista Oeste