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Avião de carga russo sancionado pelos EUA passa pelo Brasil, segue para Venezuela e chega a Cuba

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O cargueiro russo Ilyushin IL-76TD, matrícula RA-78765, incluído em 2023 na lista de sanções dos Estados Unidos, continua realizando voos pela América Latina sem explicações oficiais sobre sua missão. Após permanecer três dias na Base Aérea de Brasília, a aeronave deixou o país na quarta-feira (13) e, no fim de semana, foi rastreada em Havana, Cuba.

Trajeto registrado até o momento

Segundo dados de monitoramento de voo, o avião decolou de Moscou com escalas em Baku (Azerbaijão), Argel (Argélia) e Conacri (Guiné) antes de cruzar o Atlântico rumo ao Brasil. Depois da passagem por Brasília, seguiu para Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), Bogotá (Colômbia) e Caracas (Venezuela), chegando, por fim, à capital cubana.

O voo não foi registrado como operação comercial na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que indica caráter diplomático ou militar. O operador da aeronave pediu anonimato e o governo brasileiro não esclareceu motivo da escala, carga transportada nem identidade da tripulação.

Aeronave ligada a empresa sob sanções

O IL-76TD pertence à Aviacon Zitotrans, empresa punida pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) por prestar apoio logístico militar à Venezuela, inclusive no transporte de armamentos para o governo de Nicolás Maduro. Há registros de que o cargueiro costuma voar em rotas que envolvem a Coreia do Norte.

Pressão de parlamentares brasileiros

O deputado General Girão (PL-RN) cobrou explicações do Palácio do Planalto sobre a entrada do avião no território nacional. Em transmissão ao vivo, o parlamentar levantou a hipótese de transporte de armas, mísseis ou mercenários destinados à Venezuela.

No Senado, o senador Marcio Bittar (União-AC) protocolou requerimentos dirigidos ao Ministério da Defesa e ao Itamaraty. Ele pede detalhes sobre quem autorizou o pouso, qual era a carga e se foram cumpridos os protocolos internacionais diante das sanções impostas aos proprietários da aeronave. Caso os pedidos sejam aprovados, o governo terá 30 dias para responder.

O episódio ocorre poucos dias após uma conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente russo Vladimir Putin, reacendendo críticas à política externa brasileira e lembrando a polêmica escala de navios iranianos no Rio de Janeiro em 2023.

Ainda não há previsão de retorno da aeronave à Rússia nem informações oficiais sobre a continuidade da operação.

Com informações de Gazeta do Povo

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